Condenado à prisão por estuprar uma jovem, ex-assessor de Gleisi pode ter violentado 200 crianças

(Foto: Allan Costa Pinto - Tribuna do Paraná)
(Foto: Allan Costa Pinto – Tribuna do Paraná)
Silêncio estranho – Ninguém jamais saberá o número exato de meninas estupradas por Eduardo Gaievski, o ex-braço direito de Gleisi Hoffmann na Casa Civil, mas a estimativa dos especialistas que analisaram as acusações contra o pedófilo, que cuidava das políticas para crianças e adolescentes do governo Dilma Rousseff, é de que ele tenha violentado pelo menos 200 crianças. A estimativa é considerada conservadora.

A denúncia do Ministério Público que levou Gaievski à prisão menciona 40 crimes sexuais, mas os acusadores admitem que esse número representa apenas uma pequena parcela dos abusos cometidos pelo “Maníaco da Casa Civil”. Centenas de vítimas sequer denunciaram os estupros de que foram alvo, possivelmente por medo do próprio delinquente ou vergonha da família. Entre amigos, a quem jactava-se de suas delinquências sexuais, o criminoso alardeava que sua meta era fazer sexo com duas mil meninas.

Gaievski gostava de fazer sexo com mais de uma menina. Quando saía com prostitutas menores de idade, sempre “encomendava” mais de uma garota. O que reforça a irresponsabilidade de Gleisi ao indicar um maníaco para trabalhar a poucos metros do gabinete da principal autoridade do País. Gravação feita por uma menina prostituída por Gaievski mostra o pedófilo encomendando uma sessão de sexo com três adolescentes.

A investigação do Ministério Público do Paraná, que monitorou os telefones de Gaievski durante dois anos, revela que o pedófilo usava o cargo de prefeito de Realeza, que ocupou por dois mandatos (2004-2012), para obter sexo. Para ter o emprego de servir café na prefeitura, uma mulher viu-se obrigada a permitir que Gaievski fosse o primeiro a ter relações sexuais com sua filha de 12 anos.

Em depoimento, uma menina de 14 anos afirma que Gaievski lhe disse que não saía com meninas maiores de 16 anos porque não tem graça sair com “mulheres velhas”. A essa adolescente o delinquente sexual disse que não precisava usar camisinha porque não podia ter filhos por ser “operado”. A mesma adolescente conta ainda que uma vez Gaievski viu em seu celular a foto de sua irmã, de dez anos, e disse que gostaria de “sair” com ela, pois essas mais novinhas são as melhores porque ainda são virgens.

O pedófilo acreditava ser um “professor de sexo”. Gaievski dizia que meninas novas nada sabiam e que ele as ensinaria “do jeito dele”. Gaievski exigia que as meninas vítimas de seu caráter criminoso, especialmente as mais novas, o chamassem de “papai”.

O ex-assessor de Gleisi não se contentava com o sexo vaginal. Exigia também sexo anal e nunca usava preservativos. Gaievski organizou uma espécie de “corrente” ou “pirâmide de sexo” em Realeza. As meninas que prostituía eram obrigadas, por dinheiro ou ameaça, a levarem novas vítimas, sempre entre 12 e 15 anos, para sessões de sexo.

Funcionárias comissionadas da prefeitura também eram obrigadas, sob pena de demissão, a fazer sexo com o prefeito e depois a providenciar meninas, sempre na faixa dos 12 aos 16 anos, para práticas sexuais.

A truculência de Gleisi e o silêncio de Dilma

Condenado a dezoito anos e oito meses de prisão por conta de apenas um dos estupros de que é acusado, Eduardo Gaievski pode ser condenado a mais de 350 anos de detenção, avaliam especialista em Direito Penal. Apesar do escândalo, a senadora Gleisi Hoffmann continua afirmando que desconhecia a vida pregressa do seu então assessor especial, que chegou a ser cotado para fazer dupla com a petista na disputa pelo governo do Paraná.

Por causa da insistência do ucho.info em cobrir o caso, a senadora Gleisi Hoffmann decidiu processar o editor do site, em clara tentativa de intimidação. Para reforçar a sua essência censora, Gleisi valeu-se da condição do marido, o ministro Paulo Bernardo da Silva (Comunicações), para pressionar alguns jornalistas paranaenses com a proposta de arruinar a carreira do editor do ucho.info, como se o Brasil não mais fosse uma democracia.

Na esteira da fala dissimulada de Gleisi, a presidente Dilma Rousseff decidiu adotar silêncio obsequioso em relação ao assunto. Na condição de chefe da nação, Dilma continua devendo explicações ao povo brasileiro sobre a decisão do governo de acolher um criminoso hediondo em cargo de confiança. Manda a legislação que candidatos a cargos comissionados e de confiança tenham a vida vasculhada pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República e pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN).

Considerando que apesar do extenso currículo o pedófilo Gaievski acabou ocupando cargo de destaque na casa Civil, é preciso saber se o GSI e a ABIN falharam ou se alguém bancou a indicação.

O silêncio de Dilma Rousseff diante de um escândalo injustificável mostra ao País a forma como são decididas questões importantes no Palácio do Planalto, sempre lembrando que os palacianos não se importam com o passado dos indicados a cargos de confiança, desde que esses sejam os chamados “companheiros”.

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