Mais um – Presidente da França, François Hollande anunciou nesta quinta-feira (18) a adesão do país à campanha aérea liderada pelos EUA contra o “Estado Islâmico” (EI). A França, que notoriamente se recusou a participar da guerra liderada pelos EUA no Iraque, em 2003, justificou a atual decisão com o fato de que o governo iraquiano solicitou ajuda.
“Eu decidi responder ao pedido das autoridades iraquianas para fornecer apoio aéreo”, disse Hollande, que esteve em Bagdá na semana passada. “Mas não vamos além disso. Não haverá tropas terrestres e só vamos intervir no Iraque”, acrescentou o presidente, seguindo assim a mesma linha adotada pelo presidente dos EUA, Barack Obama.
Assim que missões de reconhecimento identificarem possíveis alvos, os caças franceses começarão os ataques aéreos contra os militantes do EI. “Será um apoio para proteger os soldados iraquianos e as forças curdas peshmerga, para reduzir e enfraquecer esse grupo terrorista”, explicou François Hollande.
O presidente francês descartou qualquer envolvimento em solo sírio, onde os jihadistas também controlam um grande território. “Estamos conscientes do aspecto jurídico internacional. Fomos chamados pelo governo do Iraque, e não pelo da Síria”, justificou Hollande. O presidente sírio, Bashar al-Assad, disse que qualquer ação militar unilateral no seu país seria vista como um ato de agressão à soberania.
Os Estados Unidos saudaram a decisão francesa. “A França é um dos países com os quais estamos contando”, disse o secretário de Estado, John Kerry, que nos últimos dois dias foi pressionado pelo Congresso para descrever qual será a exata contribuição de cada um dos mais de 50 países que formam a coalizão contra o EI.
Ajuda contra o ebola
Hollande também confirmou que a França vai montar um hospital militar na Guiné para combater o vírus ebola. “Acabo de decidir a instalação de um hospital militar nos próximos dias na área florestal da Guiné, o local principal da epidemia”, disse o presidente.
O anúncio veio no momento em que a França aguarda o retorno de seu primeiro paciente infectado com o vírus, uma voluntária da organização Médicos sem Fronteiras que adoeceu na Libéria. Ela será tratada num hospital de Paris.
Referendo na Escócia
Por fim, o chefe de Estado francês aproveitou a data em que a Escócia vota a sua independência para alertar para um possível crescimento do populismo e separatismo na Europa. “Se o projeto europeu é diluído, a porta está escancarada para o egoísmo, o populismo e o separatismo. Quem pode dizer qual é o real resultado deste referendo, que pode decidir não só o futuro do Reino Unido, mas também da Europa?”, questionou Hollande.
O referendo na Escócia acontece exatamente na véspera de o Parlamento regional de Barcelona aprovar uma nova lei de consultas populares, que deverá servir de base legislativa para uma consulta, não autorizada por Madri, sobre a independência da Catalunha, agendada para o dia 9 de novembro. (Com agências internacionais)