Se Dilma de fato mandou prender Paulo Roberto Costa, deveria ter feito o mesmo com Rose Noronha

dilma_rousseff_468Piada pronta – Quando em recente matéria afirmou que a Operação Lava-Jato subiria a rampa do Palácio do Planalto, o ucho.info sabia o que estava afirmando. Sendo o editor do site um dos responsáveis pelas denúncias, feitas em 2009, que permitiram à Polícia Federal desmontar um esquema criminoso bilionário, abastecido por dinheiro desviado da Petrobras, a afirmação estava repleta de certezas. Isso porque a presidente Dilma Rousseff, assim como seu antecessor, sempre manteve relações próximas, mesmo que de forma indireta, com Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal, e com o doleiro Alberto Youssef.

Costa e Youssef selaram acordo de delação premiada com a PF e com o Ministério Público Federal e reforçaram as investigações com informações preciosas, muitas das quais serviram para validar o que as autoridades já sabiam, mas careciam de provas. O esquema de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro é muito maior do que foi anunciado até agora. O valor movimentado vai além dos R$ 10 bilhões. Isso porque a Operação Lava-Jato ainda está na primeira fase de desdobramentos, sendo que muitos próceres da República ainda serão alvejados.

No debate entre presidenciáveis, promovido pela Rede Record na noite de domingo (28), Dilma, ao responder ao candidato tucano Aécio Neves, disse que foi dela a ordem para a Polícia Federal prender Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef. Trata-se de uma mentira deslavada, pois Dilma sequer soube do início da Operação Lava-Jato, cujo nascedouro se deu com as denúncias formuladas pelo empresário Hermes Magnus e pelo editor do ucho.info, jornalista Ucho Haddad. Nem mesmo o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, a quem a PT é teoricamente subordinada, não soube da operação.

O esquema que era operado pelo então deputado federal José Janene (já falecido), o Xeique do Mensalão, e o doleiro Youssef abasteceu durante muito tempo o que convencionou-se chamar nos bastidores do poder de Mensalão 2. Uma estrutura criminosa que não apenas funcionava com a anuência do Palácio do Planalto, mas tinha palacianos envolvidos na vultosa e irregular movimentação financeira.

Dilma vive um momento de dualidade perigosa como presidente, pois se por um lado afirma ter autorizado a prisão de Costa e Youssef, por outro sempre soube da existência e da atividade de ambos. Como também sempre soube que Paulo Roberto era um destacado operador do governo na Petrobras. Tanto é assim, que o ex-diretor da estatal era tratado por Lula como “Paulinho”, que no Palácio do Planalto, diante de convidados e autoridades, sempre dizia que qualquer pedido do presidente era uma ordem.

Para provar essa intimidade nefasta entre os palacianos e os delinquentes da Petrobras, um senador do PT tentou comprar o silêncio de um ex-chefe de gabinete que sabia muito sobre as entranhas do Mensalão. O tal senador ofereceu em troca um cargo de diretor na superfaturada refinaria de Pasadena, no Texas. A fracassada oferta passou contou com o apoio de Paulo Roberto Costa, que na ocasião atendeu a um pedido de José Janene e do tal senador petista. Ambos, Janene e o senador, atuavam como braços avançados de Costa dentro do Congresso Nacional.

Se Dilma Rousseff de fato mandou prender Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, como se a ela coubesse tal decisão, deveria ter feito o mesmo em relação à amante de Lula, Rosemary Noronha, a Marquesa de Garanhuns, flagrada pela Polícia Federal em um esquema de corrupção e tráfico de influência que foi desbaratado na esteira da Operação Porto Seguro. Rose, como é conhecida a amante do ex-presidente e lobista, não apenas exigiu os mais caros criminalistas do País para sua defesa, como continua lépida e fagueira nos bastidores imundos do poder.

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