Hong Kong tem operação policial mais violenta desde o início de protestos

(Reuters)
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Força excessiva – Centenas de policiais de Hong Kong entraram em confronto com os manifestantes pró-democracia que ocupavam um túnel no bairro de Admiralty, na madrugada desta quarta-feira (15), na operação mais violenta desde o início dos protestos, duas semanas atrás.

Armados de escudos, cassetetes e sprays de pimenta, os agentes derrubaram barricadas e removeram lajes de concreto usadas pelas dezenas de militantes para bloquear avenidas ao redor da passagem subterrânea que leva até o distrito governamental.

A polícia comunicou ter tido que dispersar os manifestantes por estarem perturbando a ordem pública. Foram presos 45 ativistas, acusados de ferir quatro oficiais. “Tenho de salientar que, apesar de os manifestantes levantarem as mãos, isso não significa que fosse um protesto pacífico”, disse o porta-voz da polícia. Segundo ele, alguns chutaram os agentes e os atacaram com guarda-chuvas, mas nenhum dos presos foi ferido.

Vídeo revelador

Entretanto, um vídeo divulgado pelo canal de Hong Kong TVB mostra um seis policiais à paisana agredindo um manifestante algemado e desarmado, durante a operação nesta madrugada. Eles o arrastam para um canto escuro de um parque público, colocam-no no chão.

Um deles lhe dá um soco e outros três o chutam repetidamente, em ação que, segundo a TVB, durou quatro minutos. Alan Leong Kah-kit, líder do Partido Cívico, disse ao jornal “South China Morning Post” que o homem agredido é um correligionário seu, Ken Tsang Kin-chiu.

O secretário-geral da Federação de Estudantes, Alex Chow, se manifestou sobre o caso, afirmando que não há lugar para tal uso de força, que considera um abuso de autoridade. A situação “é contraditória às expectativas das pessoas, que acreditam estar sob a proteção da polícia”, disse.

As “ações extrajudiciais” foram também condenadas por 22 deputados pró-democratas que agendaram para hoje uma conferência de imprensa sobre o caso. O secretário de Segurança de Hong Kong. Lai Tung-kwok. afirmou que a polícia investigará o uso excessivo da força e que os agentes que aparecem no vídeo serão temporariamente afastados de suas posições.

O lado de Pequim

Nesta quarta-feira, um editorial de primeira página do diário “People’s Daily”, do Partido Comunista da China, condenou os protestos, que estariam “fadados ao fracasso”. Segundo a nota, “os fatos e a história nos dizem que atos ilegais e radicais resultaram em mais atividades ilegais severas, exacerbando a desordem e o tumulto”. Assim, “estabilidade traz felicidade, e o tumulto, confusão”.

Os protestos, liderados principalmente por estudantes, entram em sua terceira semana. Os manifestantes exigem o direito de, nas eleições de 2017, nomear publicamente os candidatos para o cargo de executivo-chefe de Honk Kong. Porém Pequim insiste em manter o controle das candidaturas naquela região administrativa chinesa.

Segundo afirmou uma fonte à agência de notícias Reuters, o Partido Comunista da China acredita que já ofereceu concessões suficientes a Hong Kong no passado, e não cederia, pois quer evitar abrir precedentes para uma reforma no país. (Com agências internacionais)

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