Olho da rua – Líder da Minoria no Congresso Nacional, o deputado federal e senador eleito Ronaldo Caiado (Democratas-GO) defendeu nesta sexta-feira (14) a demissão e substituição de toda a diretoria da Petrobras e a destituição do seu Conselho de Administração, como sinal de que existe real interesse por parte do governo em promover uma profunda assepsia na empresa.
Na opinião do senador eleito, apenas a auditoria não resolverá os graves problemas desencadeados pelo esquema de corrupção que tomou conta da estatal. A investigação da Polícia Federal revela a cada momento que a maior empresa pública brasileira está ameaçada, fato comprovado pela da nova etapa da Operação-Lava Jato, deflagrada nesta sexta-feira, com a prisão de mais um ex-diretor, Renato Duque, que por indicação do petista José Dirceu, chefe dos mensaleiros, comandou a área de Serviços da petrolífera entre 2003 e 2012.
“Quando uma instituição contratada para auditar a Petrobras se nega a avalizar o balanço da estatal por causa do tamanho da corrupção instalada realmente é hora de se tomar uma atitude mais enérgica. O patrimônio de empresa que é orgulho dos brasileiros está virando pó. É urgente que se tomem providências para evitar que a Petrobras deixe de existir. Se a presidente Dilma quer provar que não tem envolvimento com esse escândalo da Petrobrás, deveria começar demitindo toda a diretoria e destituindo o conselho”, avaliou Caiado.
Na opinião do líder da Minoria, o que aconteceu entre quinta-feira – adiamento da divulgação do balanço da empresa – e hoje – novas prisões e apreensões pela Polícia Federal – justifica a mudança de todos os postos de comando da empresa.
“Se a presidente Dilma quer mesmo combater esse esquema de corrupção que está corroendo a Petrobras ela precisa agir agora. Não dá mais para avalizar o aparelhamento da empresa que teve seus cargos-chave loteados para aliados. A Petrobras é uma empresa de capital aberto que depende de investidores. Quem vai querer investir numa empresa tomada pela corrupção que não consegue nem apresentar seu balanço do terceiro trimestre, uma obrigação junto a Comissão de Valores Mobiliários?”, argumentou.
Dilma mira a cabeça de Lula
Ciente de que a sétima etapa da Operação Lava-Jato, que ainda está nos capítulos iniciais, lhe renderá dividendos políticos negativos, a presidente Dilma Rousseff, que encontra-se na Austrália, já acionou o staff palaciano para uma blindagem extra em relação ao caso.
Depois de afirmar recentemente de que não representa o PT e ter decidido dar à legenda um espaço menor no próximo governo do que no atual, Dilma pode retornar ao Brasil a bordo de um discurso mentiroso e rasteiro.
A estratégia esculpida nas últimas horas no Palácio do Planalto é absurda, a ponto de querer passar à opinião pública a ideia de que Dilma Rousseff foi responsável pela demissão de dois diretores da Petrobras envolvidos no escândalo do Petrolão: Paulo Roberto Costa e Renato Duque, ambos demitidos em 2012.
De acordo com informações de bastidores, Dilma diria aos brasileiros que sob o seu comando a administração da Petrobras foi menos complicada e corrupta do que na era Lula. Ou seja, a briga entre a criatura e o criador está declarada e ganha força.
Como sabem os leitores do UCHO.INFO, Dilma Rousseff ainda não assumiu o novo governo, mas já enfrenta nos subterrâneos do poder a peçonha de Luiz Inácio Lula da Silva, o agora lobista de empreiteira, que está em plena campanha para concorrer à Presidência da República em 2018.
De supetão esse cenário mostra-se assustador, mas analisando com calma é o quadro ideal para impulsionar ainda mais a cizânia que avança sobre o Partido dos Trabalhadores.