Caçada aos terroristas – O atentado ao jornal francês Charlie Hebdo, que deixou 12 mortos nesta quarta-feira (7) em Paris, provocou reações de políticos em todo o mundo. O presidente francês, François Hollande, que chegou rapidamente à sede do jornal, disse diante das câmeras de TV que não há dúvidas de que se trata de um atentado terrorista.
O presidente denunciou “um ato bárbaro contra jornalistas que mostraram que podiam agir na França com liberdade”. “A França está diante de um choque”, acrescentou o chefe de Estado, garantindo que os autores do ataque serão perseguidos, detidos e julgados. Hollande não descartou novos ataques contra os franceses e pediu união nacional.
O primeiro-ministro britânico David Cameron chamou o ataque de “revoltante” e expressou solidariedade à França na luta contra o terrorismo. “As mortes que aconteceram em Paris são revoltantes. Estamos ao lado do povo francês no combate contra o terrorismo e pela defesa da liberdade de imprensa”, escreveu o mandatário na sua conta do Twitter. O ex-primeiro-ministro francês François Fillon classificou o ataque de “horror”.
De acordo com o porta-voz da Casa Branca, o presidente Barack Obama condenou “com contundência” o atentado. “A presidência está solidária com as famílias daqueles que foram mortos ou feridos”, disse o porta-voz Josh Earnest, em entrevista ao canal MSNBC.
A chanceler alemã Angela Merkel também condenou o ataque dizendo-se “chocada” com o “atentado abominável”. “Esse ato horrível não é apenas uma agressão à vida dos cidadãos franceses, mas também um ataque injustificável contra a liberdade de imprensa e de opinião, um fundamento da nossa cultura e da democracia”, afirmou.
Em um comunicado, o governo da Espanha condenou “um ataque terrorista vil e covarde” e defendeu a liberdade de imprensa como “um direito fundamental”. “Recebemos com horror as notícias do ato terrorista perpetrado hoje contra o Charlie Hebdo em Paris”, diz o comunicado. “O governo, em nome do povo espanhol, expressa sua firme condenação.”
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, definiu o ataque como “um ato intolerante, uma barbárie”. “Eu estou profundamente chocado pelo ataque brutal e desumano que matou pessoas na sede do Charlie Hebdo.” O primeiro-ministro belga, Charles Michel, falou de “choque, consternação e medo”. “Todos os meus pensamentos vão para as vítimas e seus familiares”, disse.
O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, publicou no Twitter: “Horror e consternação pelo massacre em Paris, solidariedade total com Hollande neste momento terrível. A violência perderá sempre contra a liberdade”.
Radicalismo criminoso
Fortemente armados, os três homens que invadiram a sede do jornal satírico Charlie Hebdo foram ao local para cumprir ordens e deflagrar uma operação previamente estudada pelos terroristas que se escondem covardemente sob a fé islâmica. Na redação do jornal, os invasores pediram para as pessoas se identificarem e em seguida passaram a atirar nas vítimas previamente escolhidas. Um ato de vingança explícita que só acirra a rejeição da população do planeta em relação à comunidade árabe, que paga uma conta que não lhe cabe.
Depois de assassinarem onze pessoas na redação do Charlie Hebdo, algumas delas desenhistas renomados e reconhecidos na França, os atiradores mataram um policial antes de empreenderem fuga em um carro estacionado diante da sede do jornal. Ao deixarem o local, os criminosos gritaram “vingamos Maomé”, como se o líder dos islamitas tivesse alguma responsabilidade em relação ao atentado.
O governo francês deflagrou uma verdadeira caçada em todo o país para localizar os terroristas, o que deve acontecer a qualquer momento. A segurança foi reforçada em toda a França, especialmente em escolas, museus, templos religiosos, lojas, centros comerciais, aeroportos e estações de trem e metrô. Hoje, quarta-feira (7), é um dia muito movimentado na França, em especial em Paris, porque nas grandes lojas tem início a temporada de liquidação de inverno. (Com Radio France Internationale)