Sem piedade – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou, na quarta-feira (21), a taxa básica de juros pela terceira vez após a eleição presidencial de 2014. Com isso, ficou ainda mais nítido o abismo entre o discurso da candidata petista Dilma Vana Rousseff, no ano passado, e as atitudes traiçoeiras da presidente reeleita.
“A prática é totalmente inversa ao discurso da campanha. Um verdadeiro estelionato eleitoral”, alertou o deputado federal Alfredo Kaefer (PR), nesta quinta-feira (22). A medida é mais uma entre tantas outras adotadas pela petista que impactam negativamente a vida dos brasileiros, cada vez mais desacorçoados com a dura realidade do cotidiano.
O novo aumento de meio ponto percentual – que elevou a taxa básica de juro (Selic) ao patamar mais alto dos últimos três anos e meio, 12,25% ao ano – expõe uma realidade outrora maquiada pelo marketing oficial. Em outras palavras: está absolutamente claro que Dilma mentiu de forma acintosa à nação. Mentiu ao apresentar um Brasil de economia vigorante e mentiu ao acusar seus opositores de planejarem aquilo que ela sabia ser necessário para consertar seus próprios disparates. Lembrando que, durante a campanha, Dilma garantiu que não tomaria tais decisões.
O parlamentar tucano lembra que, ao longo da campanha, Dilma foi para cima de Aécio Neves e o acusava de, se eleito, adotar medidas impopulares. O então candidato do PSDB jamais escondeu que o País precisava passar por ajustes para reverter lambança patrocinada pela gestão petista na economia nacional. O País já estava mal, a economia já patinava, mas sobre os eleitores incautos foi despejada uma enxurrada de mentiras. Resumindo, Dilma, de qualquer ângulo que se olhe, é a grande culpada pelo arrocho que jurou de pés juntos que não adotaria. Mais do que isso, ela também é responsável por mentiras deslavadas propagadas a todo tempo e que agora deram lugar ao silêncio. Tanto é assim, que desde a posse, em 1º de janeiro, a presidente permanece reclusa nos palácios.
A taxa Selic é utilizada nos empréstimos que o BC faz a instituições financeiras. Ela também serve de referência para a economia e para as taxas de juro cobradas de consumidores e empresas. Para Kaefer, elevar mais uma vez a Selic pode causar efeitos piores, já que a taxa funciona como “um realimentador do próprio processo e pode provocar um recuo no processo produtivo”. Na avaliação do deputado paranaense, não restam muitas alternativas ao Banco Central, pois o governo federal evita a contenção dos gastos públicos. “Isso obriga o BC a puxar ainda mais o juros para segurar a demanda e a inflação”, explica.
“Ela quer resolver o problema colocando toda a conta no bolso do consumidor brasileiro”, critica. Na campanha eleitoral, Dilma disparou: “vocês (tucanos) sempre plantam inflação para colher juros”. No mesmo período, a petista soltou diversas outras pérolas nesse mesmo sentido, como: “um compromisso que assumo com você é que não vai haver tarifaço”. Como já diz o ditado, a mentira tem mesmo pernas curtas.
O Instituto Teotônio Vilela (ITV) alertou nesta quinta-feira que a perversa combinação de inflação alta e crescimento baixo foi responsável por mais uma esticada na taxa básica de juro. O Instituto afirma que “o céu é o limite”, em referência à eliminação do termo “parcimônia” de seu comunicado posterior à reunião que decidiu pelo aumento. De acordo com o ITV, a leitura de quem entende do assunto é que as taxas de juro continuarão subindo no Brasil. A dúvida é se só mais um pouco (0,25%) ou mais um “tantão” (há quem fale em mais um ponto percentual ao longo dos próximos meses). Quem sobreviver verá!