Fosse uma governante coerente e de pulso firme, Dilma já teria demitido o ministro de Minas e Energia

(Foto: Pedro França - Agência Senado)
(Foto: Pedro França – Agência Senado)
Fusível queimado – Se no dia a dia a presidente Dilma Rousseff transformasse a truculência que exala nos bastidores em firmeza para governar, certamente o Brasil estaria em situação menos complicada. A reboque de um governo de coalizão que não passa de um acerto político entre pessoas que não têm qualquer preocupação com o País, Dilma permite que a pouca credibilidade que lhe resta seja achincalhada de forma vil.

No começo da semana que ora se encerra, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB-AM), negou a possibilidade de racionamento de energia, mesmo depois do apagão que sinalizou ser critica a situação do setor energético nacional. Braga, que não sabe identificar uma lâmpada queimada, o que não lhe confere autoridade para comandar tão importante pasta, justificou sua afirmação com uma cantilena conhecida e com o prazo de validade vencido: Deus é brasileiro.

A realidade energética do Brasil está muito aquém do que mostram as campanhas publicitárias do governo do PT, que insistem em levar aos brasileiros incautos a ideia de que vivemos na versão moderna e tropical do País de Alice, aquele das fabulosas maravilhas.

Nesta sexta-feira (23), o Palácio do Planalto foi palco de uma reunião interministerial que reuniu sete pastas e discutiu o futuro energético do País com base na crise hidrológica que castiga os brasileiros. Até recentemente, a estiagem afetava apenas alguns estados da federação, em especial São Paulo, sendo que o baixo nível dos reservatórios que abastecem a capital dos paulistas era considerado como fruto da incompetência do governador Geraldo Alckmin.

O nível dos reservatórios de água das usinas hidrelétricas caiu de forma assustadora, reflexo da estiagem que persiste há alguns meses, o que fez acender a luz vermelha no setor elétrico nacional. Por enquanto o nível médio dos reservatórios é de pouco mais de 17%, mas a continuar na curva descendente dos últimos dias, chegando próximo de 10%, o País terá racionamento de energia.

O mais interessante nessa epopeia bananeira é que quando a crise hídrica se manifesta em reduto de algum adversário do PT, o assunto é tratado como estelionato eleitoral. Quando isso acontece em território petista, o máximo que os malandros da Esplanada dos Ministérios conseguem dizer é que Deus é brasileiro. Ora, fosse o Brasil um país minimamente sério, a presidente uma governante responsável e o povo tivesse brios, o ministro de Minas e Energia já estaria demitido. À fato que Eduardo Braga assumiu o posto há três semanas, mas como líder do governo no Senado Federal sempre soube da extensão da crise energética e da vastidão da mitomania que reina na sede do governo do PT.

Diferentemente do que pensam os alarifes petistas que se encastelaram no poder, governar um país como o Brasil exige planejamento, algo que o PT simplesmente ignora. Afinal, foi no rastro do ufanismo caboclo de Lula que o planejamento foi covardemente sepultado.

Em dezembro de 2008, quando o então presidente Lula adotou medidas para incentivar o consumo interno e combater os efeitos da crise internacional, a tal da “marolinha”, o UCHO.INFO criticou solenemente a decisão alertando para o perigo dos reflexos que surgiriam no curto prazo. Na ocasião, alertamos para problemas como o aumento do consumo de energia sem que o governo se preocupasse com a geração, o crescimento repentino da frota de automóveis sem que a produção de combustíveis estivesse à altura da demanda induzida, a piora do trânsito nas principais e maiores cidades brasileiras por causa da explosão do número de automóveis nas ruas do País.

Como resposta, repetindo a cantilena oficial, os palacianos alegaram que torcemos contra o Brasil. Ora, antecipar o óbvio não exige qualquer dose extra de raciocínio, matéria prima que os petistas parecem desconhecer. Exceto quando no cardápio do cotidiano consta com prato principal o banditismo político. Só assim é que esses saltimbancos conseguem pensar de forma planejada.

Sendo assim, o UCHO.INFO sugere ao Judiciário, como um todo, que as celas que servirão de abrigo para os petistas envolvidos em escândalos de corrupção estejam forradas de livros sobre planejamento. E que o artifício da progressão de regime penal seja abolido, pois corrupção é crime hediondo e de consequências devastadoras.

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