Pé na estrada – Alguns importantes executivos brasileiros foram sondados pelo governo de Dilma Vana Rousseff para assumir vagas no Conselho de Administração da Petrobras, mas desdenharam a oferta da presidente. Eles condicionaram a aceitação do convite à publicação do balanço financeiro da estatal, desde que no documento constem os prejuízos provocados pelos desvios de dinheiro no vácuo do Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história brasileira.
A vaga recusada por Henrique Meirelles, por exemplo, é cobiçada pelo ex-ministro Paulo Bernardo da Silva, que está desempregado desde a estreia do novo ministério da “companheira” Dilma. Bernardo circulou nos subterrâneos do poder com o objetivo de ocupar a presidência da Itaipu, mas acabou fracassando. O ex-ministro aceitaria um assento no Conselho de Administração da Petrobras ou de qualquer outra estatal, mas seu nome sequer é cogitado nas entranhas do Palácio do Planalto.
As decisões nessa seara passam obrigatoriamente pela escrivaninha do também petista Aloizio Mercadante, ministro-chefe da Casa Civil, que há muito nutre rusgas políticas com o ex-presidente Luiz Inácio da Silva, a quem Bernardo é ligado e durante anos a fio serviu de maneira obediente. No contraponto, Mercadante e Lula cultivam uma longeva inimizade, que teve direito a desmentidos vergonhosos por parte do chefe da Casa Civil à época em que era senador por São Paulo.
A busca por emprego, também por espaço político, por parte do casal – Paulo Bernardo e Gleisi Helena Hoffmann – está causando constrangimentos até mesmo no PT, conhecido como o “partido da boquinha”. Gleisi está brigando nos bastidores para conseguir a presidência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal. A petista tem escassas chances de conquistar o cargo, até porque o Palácio do Planalto não quer ser identificado como um operador de alguém acusado de envolvimento no Petrolão. A senadora paranaense foi denunciada pelos delatores da Operação Lava-Jato – Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef – de ter recebido R$ 1 milhão desviado da Petrobras.
A pretensão de Gleisi de chefiar a CAE é vista quase como uma demonstração de humor negro nos meios políticos do Paraná. Entre 2011 e 2014, Gleisi Hoffmann (PT), como senadora ou chefe da Casa Civil, patrocinou perseguição implacável ao Paraná, impedindo que o estado tivesse acesso a empréstimos e repasses federais. A ideia era criar dificuldades para o governador Beto Richa (PSDB) e facilitar seu projeto de chegar ao Palácio Iguaçu, sede do Executivo paranaense.
O plano covarde da petista deu errado porque as manobras contra o estado foram denunciadas, fazendo com que o indignado eleitorado do Paraná desse a Gleisi apenas 14% dos votos válidos na eleição estadual. O que lhe rendeu o terceiro lugar na corrida eleitoral.