O céu é o limite – Diante da crise que chacoalha a economia brasileira e os reflexos de alguns fatores externos, a cotação da moeda norte-americana vem registrando, desde o segundo semestre de 2014, movimento dosado e contínuo de alta, situação que compromete sobremaneira os planos do governo de combater a inflação oficial, cada vez mais resistente e desafiadora. Apesar desse quadro, o de dólar em alta, os brasileiros continua batendo recordes de despesas no exterior.
De acordo com dados do Banco Central, divulgados nesta terça-feira (24), a conta de viagens internacionais registrou déficit de US$ 1,652 bilhão em janeiro. Os gastos com viagens ficaram 11,9% maior do que em janeiro do ano passado, quando o resultado líquido da conta estava negativo em US$ 1,477 bilhão.
O saldo do primeiro mês de 2015 é resultado do volume de despesas pagas por brasileiros no exterior, no valor de US$ 2,207 bilhões, muito acima das receitas obtidas com os turistas estrangeiros que vieram ao Brasil, que aqui gastaram US$ 555 milhões. Os gastos de brasileiros no exterior subiram 4,1% em relação a janeiro de 2014.
Contudo, a cotação da moeda ianque mudou radicalmente nos últimos doze meses, saltando de R$ 2 (dólar comercial), em janeiro do ano passado, para R$ 2,70 em janeiro de 2015. O dólar de turismo, utilizado para calcular as despesas de viagem, como um todo, normalmente é vendido até R$ 0,15 acima da cotação comercial da moeda no mercado de câmbio.
Segundo projeções do Banco Central, a conta de viagens deve fechar o ano com déficit de US$ 18,5 bilhões, contra (-) US$ 18,695 bilhões em 2014.
O cenário que surge a partir da conta de viagens, ingrediente das transações correntes do País, mostra que o Brasil continua perdendo a guerra para a crise econômica, manifesta em preços mais elevados de produtos e serviços, o que obriga o consumidor brasileiro a procurar destinos internacionais e a deixar suas economias em outros países.
O nó que se instalou na economia verde-loura não se será desatado tão cedo, como vem afirmando a equipe econômica do governo de Dilma Rousseff, em especial o ministro Joaquim Levy, da Fazenda. O equívoco, que nasceu no governo Lula e cresceu de forma galopante no de Dilma Rousseff, foi estimular a economia sem se preocupar com o abastecimento do mercado interno.
Com a demanda aquecida nos últimos sete anos, principalmente pelo crédito fácil, em muitos países os preços de vários produtos ficaram mais atrativos do que no Brasil. A disparidade é tamanha, que a economia resultante de compras no exterior é suficiente para pagar a viagem em si. Apesar de todas as evidências, Levy afirma que nada há de errado na economia brasileira. Enfim…