CPI da Petrobras: deputada prepara convocação de Collor, Cardozo, Palocci e José Dirceu

jose_dirceu_45Alça de mira – Logo após ser indicada pelo partido para integrar a nova CPI da Petrobras, a deputada federal Eliziane Gama (PPS-MA) elaborou quatro requerimentos em que pede as convocações do senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), do atual ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, e dos ex-ministros José Dirceu de Oliveira e Silva e Antônio Palocci Filho, os três últimos do PT.

Collor será chamado a dar explicações, já que o doleiro Alberto Youssef afirmou a procuradores que investigam o esquema criminoso que sangrou os cofres da Petrobras, que o senador e ex-presidente da República teria recebido propina de R$ 3 milhões resultante de um contrato com a BR Distribuidora, subsidiária da estatal petrolífera.

De acordo com Youssef, a propina resultou de um contrato no valor de R$ 300 milhões, assinado em 2012 entre uma rede de postos de combustíveis de São Paulo e a BR Distribuidora.

Já o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na avaliação da parlamentar, precisa prestar esclarecimentos sobre a reunião que teve com o advogado da construtora UTC, Sérgio Renault, para tratar das investigações da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, deflagrada em março de 2014 e que até hoje produz desdobramentos.

“Nós teremos na CPI o papel coerente com a vontade popular que é de investigação irrestrita e incondicional. O PPS fará jus e honrará sua história mais uma vez”, disse a integrante da comissão parlamentar de inquérito.

Os requerimentos serão apresentados na quinta-feira (26) quando a CPI da Petrobras será instalada na Câmara.

Dirceu, o Pedro Caroço

O PPS quer também ouvir o ex-ministro José Dirceu, condenado pelo Supremo Tribunal Federal na Ação Penal 470 (Mensalão do PT), que também teria se beneficiado do dinheiro desviado da Petrobras. De acordo com reportagem do Jornal Nacional, o petista recebeu R$ 4 milhões de empresas envolvidas na Lava-Jato a título de “consultoria”.

Alberto Youssef revelou em sua delação premiada que José Dirceu e Antonio Palocci eram “as ligações” de Julio Gerin Camargo, lobista e operador de propina do PT na Petrobras. O doleiro revelou que Dirceu aparecia na contabilidade do esquema com o codinome “Bob” – suposta referência ao apelido de um ex-assessor do deputado cassado. “Julio Camargo possuía ligações com o Partido dos Trabalhadores, notadamente com José Dirceu e Antonio Palocci”, declarou Youssef à Justiça.

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