Planalto nega possível demissão de Aloizio Mercadante, mas no Congresso o assunto ganha força

aloizio_mercadante_27Jogo pesado – Há no universo político nacional uma máxima que diz que quando uma notícia sobre a demissão de determinado ministro é negada, o que vale é o contrário. Pelo menos assim aconteceu no Brasil ao longo das últimas décadas.

Nesta quarta-feira (11), a Presidência da República divulgou à imprensa nota para desmentir que Dilma Rousseff tenha recebido do antecessor, Lula, a sugestão para substituir o chefe da Casa Civil. Na nota, o Palácio do Planalto foi enfático: “Não corresponde à verdade o rumor de que a presidenta Dilma Rousseff tenha recebido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a sugestão de mudança na chefia da Casa Civil”.

No segundo e último parágrafo, a nota destaca a confiança da presidente no ministro Aloizio Mercadante, ministro-chefe da Casa Civil. “O ministro Aloizio Mercadante tem total confiança da presidenta e seguirá cumprindo suas funções à frente da Casa Civil.”

Enquanto o staff palaciano nega uma informação que ganha força no meio político, nos bastidores do Congresso a conversa caminha na direção oposta. Líderes petistas ligados à presidente da República garantem que a petista deverá “cortar na própria carne”. A expressão utilizada por dois petistas próximos ao Planalto serviu para sinalizar o clima de desconforto que invadiu a sede do governo central.

Enquanto nossos interlocutores negam que o corte na própria carne significa a demissão de Aloizio Mercadante, a chamada base aliada pressiona para que Dilma Rousseff promova uma reforma ministerial, que se acontecer será algo inédito, pois o novo governo tem pouco mais de setenta dias e está com jeito de bile do adeus.

É temerário afirmar que Lula tenha feito tal sugestão, mas é preciso reconhecer que a atuação de Aloizio Mercadante e Pepe Vargas (Relações Institucionais) está deixando a desejar. Tanto é assim, que Dilma já recorreu a alguns ministros para reforçar as relações com o Parlamento, que azedam com o passar do tempo. Em relação à possível reforma ministerial, Dilma não tem como fugir dessa pressão, já que a base aliada tem cartas na manga e ameaça retaliar o governo se não conseguir mais espaço na Esplanada dos Ministérios.

A promessa de Dilma é que mudanças na equipe ministerial só ocorreriam depois da divulgação da lista de políticos acusados de envolvimento no Petrolão, o maior escândalo de corrupção de todos os tempos. O procurador-geral da República já divulgou a tal lista e a base aliada começa a cobrar.

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