Luz de vela – A previsão de alta no preço da energia elétrica é consequência do repasse às tarifas do custo de operações de financiamento que foram contratadas no ano passado, segundo o Banco Central.
Vale ressaltar que no início de 2015, o governo afirmou que não pretende mais fazer repasses à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), um fundo do setor que financia ações públicas, neste ano, ou seja, os custos serão repassados aos consumidores. Desta forma, as contas de luz podem sofrer aumentos bem superiores aos registrados em 2014.
No início de março, as contas de energia elétrica já subiram cerca de 23,4%, resultado da revisão extraordinária das tarifas aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A agência autorizou, ao todo, o aumento das tarifas de 58 das 63 distribuidoras de energia do país, como por exemplo, os 1,2 milhão de consumidores da AES Sul, que atende em 118 cidades do Rio Grande do Sul, que terão o reajuste de 39,5%.
Isso se deve pela acentuada queda no armazenamento de água nos reservatórios das principais hidrelétricas do país, desde o final de 2012. Desta forma, o custo de produção de eletricidade no Brasil vem aumentando.
O país vem, desde aquela época, usando mais termelétricas para poupar água das represas. As termelétricas funcionam por meio da queima de combustíveis e, por isso, geram energia mais cara.
Outro fator que contribui para o aumento de custos no setor elétrico foi o plano anunciado pelo governo no final de 2012 que reduziu as contas de luz em 20%. Para chegar a esse resultado, o governo antecipou a renovação das concessões das usinas hidrelétricas e transmissoras de energia. Consequentemente, elas precisaram receber indenização por investimentos feitos e que não haviam sido totalmente pagos até então. Essas indenizações ainda estão sendo pagas, justamente via CDE. (Por Danielle Cabral Távora)