Mea culpa – Enquanto a aprovação do governo de Dilma Rousseff despenca e os palacianos tentam encontrar uma fórmula para evitar o caos, a situação da presidente da República se deteriora rapidamente no Congresso Nacional, não apenas por conta da intifada que surgiu na base aliada, mas pelo desânimo que alcançou setores da bancada petista.
A crise decorrente do Petrolão, até então o maior escândalo de corrupção da história da humanidade, vem causando estragos consideráveis na cúpula da legenda, mas alguns companheiros, em verdadeira ação suicida, insistem em defender o indefensável.
Ao aceitar a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal contra João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, o juiz federal Sérgio Fernando Moro, responsável pelos processos decorrentes da Operação Lava-Jato, colocou mais uma pá de cal sobre a sepultura de um partido político que chegou ao poder central na esteira do discurso da ética e do combate implacável à corrupção. Rotulado como organização criminosa, o PT sangra em termos políticos, ao mesmo tempo em que perde força e importância no cenário nacional.
Na última quarta-feira (18), no café anexo ao plenário da Câmara dos Deputados, o editor do UCHO.INFO pode conferir o clima que tomou conta dos bastidores petistas. Durante um rápido almoço, diante de testemunha, um deputado federal, que se disse petista desde a infância, admitiu que o partido ultrapassou todos os limites no Petrolão. Por questões éticas o site deixará de revelar o nome do parlamentar, até porque a conversa foi informal, mesmo o deputado estando ciente que à mesa estavam dois jornalistas políticos que fizeram sérias e duras críticas ao partido.
Em nenhum momento o deputado petista discordou das críticas feitas, todas com base na realidade dos fatos e sem qualquer exagero por conta do projeto totalitarista de poder que a legenda insiste em levar adiante.
Como se fizesse um desabafo ao editor, o deputado federal petista não apenas reconheceu o erro do partido, mas admitiu que reverter a situação que derrete a legenda e balança o governo de Dilma Rousseff é quase impossível.
A situação dentro do PT é tão grave, que muitos integrantes ilustres começam a analisar a possibilidade de abandonar o barco, mas antes pretendem afinar o discurso para não repetir a atuação da senadora Marta Suplicy (PT-SP), que desde o desembarque do governo vem atirando contra o Palácio do Planalto. Marta deve se mudar para o PSB, partido pelo qual concorrerá à prefeitura da maior cidade brasileira, São Paulo, em 2016.