Queda de braço – O PT não aceita abrir mão da pasta da Educação, mas mesmo assim Michel Temer já se antecipou e procurou o atual secretário de Educação da prefeitura de São Paulo, Gabriel Chalita (PMDB), que, segundo o próprio vice-presidente da República, se enquadra no perfil que a presidente está procurando. Outro nome cogitado no partido é o de Mangabeira Unger.
Desde a demissão de Cid Gomes na semana passada, após uma passagem rápida pelo governo, os dois partidos disputam a vaga. A presidente Dilma Rousseff tem pressa na indicação, porém já avisou que não nomeará um político para o ministério. Está formado um novo cabo de guerra entre os partidos.
Embora Gabriel Chalita seja amigo de Temer, a indicação é vista com reservas no Palácio do Planalto, já que o secretário foi alvo de denúncias de corrupção (hoje arquivadas). Além disso, Chalita foi levado para a prefeitura num acordo costurado pelo ex-presidente Lula, que o quer como vice do prefeito Fernando Haddad (PT) na campanha pela reeleição, em 2016.
Outro nome cotado, Mangabeira Unger, atual ministro de Assuntos Estratégicos,é filiado ao PMDB. As apostas em torno do ministro ganharam força porque ele recebeu da presidente a incumbência de preparar um grande programa de educação para que o governo possa sair da agenda negativa. Vale ressaltar que o lema do segundo mandato de Dilma é “Pátria Educadora”.
Por outro lado, o filósofo e escritor Mário Sérgio Cortella é um nome que agrada os petistas. Cortella foi secretário municipal de Educação de São Paulo entre 1991 e 1992, na gestão de Luiza Erundina. Outro nome que atrai o partido é do educador Renato Janine Ribeiro.
O fato é que o ministério da Educação é alvo da cobiça do PMDB, e também na mira de correntes do PT. Dilma Rousseff terá um bom trabalho para escolher um nome para a pasta, que é considerada seu “xodó”. (Por Danielle Cabral Távora)