Diagnosticada com tumor no cérebro, designer cria caneta para portadores de Mal de Parkinson

arc_pen_01Determinação de sobra – A doença de Parkinson tem como principal manifestação o comprometimento progressivo dos movimentos. Essa condição normalmente leva a pessoa a apresentar tremores nas mãos que dificultam atividades simples, como folhear um livro ou escrever em um caderno. Pelo menos para essa última tarefa há uma solução a caminho: uma caneta especial chamada Arc Pen.

Lucy Jung, uma designer britânica, acaba de lançar a caneta para portadores do Mal de Parkinson. A Arc Pen tem um formato que ajuda o paciente de Parkinson a pegá-la com a mão espalmada. Tambémpossui um pequeno motor que imita a vibração característica de que tem a doença. Este detalhe é vital para combater a micrografia, quando os pacientes passam a escrever menos e pior a ponto da letra perder sua legibilidade.

Durante os testes, perceberam, ainda, que as vibrações da Arc Pen ajudam a relaxar os músculos das mãos. Os efeitos disso são sentidos até dez minutos após o uso da caneta, dando mais conforto ao paciente e o ajudando em outras atividades.

Mas, por que uma caneta e não algo potencialmente mais útil? Lucy explica que muitos dispositivos criados para ajudar portadores de doenças crônicas se focam apenas em tarefas essenciais (auxiliar a pessoa a se alimentar sozinha, por exemplo), mas atividades como escrever ou desenhar também são importantes para a qualidade de vida. A Arc Pen já foi testada por 18 pacientes no Reino Unido e apresentou resultados satisfatórios em 86% dos casos.

A designer, de 27 anos, trabalha com sua equipe – Hwan Soo Jeon, Tian-jia Hsieh e Danny Waklin. O produto é mais um na carreira de Lucy que, desde que foi diagnosticada com um tumor no cérebro, vem se dedicando a desenvolver soluções para pessoas com necessidades específicas. A britânica está recuperada da doença, mas de lá para cá não parou mais de criar para esse público.

“Quando você está falando sobre design para pessoas com doenças crônicas, a maioria dos designers foca em necessidades básicas. Mas nossas vidas não são apenas comer e respirar. É também escrever, desenhar, cantar e um monte de outras coisas que dão às pessoas diversão. Por isso, nós queremos nos focar nisso”, afirmou Lucy para o site Fastcompany, especializado em inovações.

A designer e sua equipe criaram uma empresa chamada Dopa Solutions e agora buscam parceiros que possam ajustar com mais testes e com a produção do dispositivo em larga escala. (Por Danielle Cabral Távora)

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