Cabo de guerra – Seis soldados ucranianos morreram e um jornalista ficou ferido. “A situação continua instável e as provocações do inimigo prosseguem praticamente de todos os lados”, declarou o porta-voz militar ucraniano Andriï Lyssenko. Segundo ele, outros doze soldados ficaram feridos nas últimas 24 horas.
“A situação continua instável e as provocações do inimigo prosseguem praticamente de todos os lados”, declarou o porta-voz militar ucraniano Andriï Lyssenko. Segundo ele, outros 12 soldados ficaram feridos nas últimas 24 horas.
De acordo com Lyssenko, os rebeldes pró-russos atiraram contra soldados ucranianos com canhões de 122 mm e morteiros de 1200, armas que já deveriam ter sido retiradas da região. Houve ataques também com tanques, além de sobrevoos com drones.
O porta-voz revelou que os locais onde acontecerem os piores ataques foram em Piski e Avdiivka, localizados perto do aeroporto de Donetsk, controlado pelos separatistas desde o início de janeiro. Outro local onde a tensão é grande é Chirokiné, a 10 km de Mariupol, última grande cidade do leste sob controle de Kiev.
O canal de televisão russo Zvezda, controlado pelo ministério da Defesa, informou que um de seus jornalistas ficou ferido nesta terça-feira, após pisar em uma mina artesanal. Ele foi socorrido por médicos da Organização para Segurança e Cooperação da Europa (OSCE).
Esforços diplomáticos
Reunidos na segunda-feira à noite, em Berlim, os chanceleres da França, Alemanha, Rússia e Ucrânia expressaram uma “profunda preocupação” sobre as violações do cessar-fogo e fizeram um apelo para o fim dos combates e a retomada do diálogo político.
O aumento da tensão no leste ucraniano é um dos assuntos da reunião dos ministros das Relações Exteriores do G7 os próximos dois dias em Lübeck, norte da Alemanha.
Gastos militares
Os gastos militares em todo o mundo não sofreram grandes alterações, mas a distribuição dos investimentos mudou, indica o relatório anual sobre orçamentos de defesa do Instituto Internacional de Pesquisas sobre a Paz de Estocolmo (Sipri), divulgado nesta segunda-feira (13).
“Em termos gerais, é animador verificar, em primeira análise, uma leve redução”, diz o especialista em Defesa Jan Grebe, do Instituto Internacional para Pesquisa da Paz e de Conflitos (Bicc), sediado na Alemanha. O declínio de cerca de 0,5% observado em 2014 nos orçamentos para defesa em todo o mundo se deve às reduções dos gastos militares dos Estados Unidos e às políticas de austeridade em muitos países europeus, afirma o especialista.
Ao mesmo tempo, Sam Perlo-Freeman, o principal autor do relatório do Sipri, diz que, na Europa, é notável a influência do fator Ucrânia – país vizinho da Rússia assolado pelo conflito entre forças do governo e separatistas pró-Moscou.
“A Polônia acelerou a modernização de sua defesa. Os países bálticos aumentaram seus orçamentos militares em 2014 e vão aumentá-los ainda mais em 2015”, diz o especialista.
O Sipri coleta informações para seus estudos de fontes acessíveis ao público, como dados governamentais sobre os orçamentos para defesa. Por essa razão, afirma Perlo-Freeman, os números de 2014 não permitem tirar conclusões mais amplas. Entretanto, é possível observar uma tendência a partir da situação na Ucrânia.
Grebe, no entanto, alerta sobre possíveis interpretações prematuras a partir dos dados divulgados pelo Sipri. Os números atuais, diz ele, “não devem ser diretamente relacionados à política da Rússia”. “Trata-se de medidas de modernização em diversos países, que investiram em suas Forças Armadas”, afirma. (Com RFI e agências internacionais)