Dança de cadeiras – Ex-presidente da Câmara dos Deputados e candidato derrotado ao governo do Rio Grande do Norte, o peemedebista Henrique Eduardo Alves assumirá o Ministério do Turismo, cargo se expressão para quem até recentemente era o segundo na linha sucessória da Presidência da República. O convite foi feito no final desta quarta-feira (15) pela presidente Dilma Rousseff.
A ida do ex-deputado federal para o Turismo foi confirmada na segunda-feira (13) pelo vice-presidente da República, Michel Temer, novo articulador político do desgoverno petista, mas essa indicação não garante um armistício entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional, onde Renan Calheiros (PMDB-AL) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ) têm dado as cartas e imposto seguidas derrotas ao governo.
Calheiros e Cunha adotaram um escancarado jogo de cena para não entrar em rota de colisão com Michel Temer, que já anunciou que não deixará o comando do PMDB, mas a indicação do novo ministro não atende aos interesses do presidente do Senado Federal e muito menos do presidente da Câmara dos Deputados. Aliás, Eduardo Cunha tem planos políticos mais ousados, que cresceram nos últimos meses depois da vitoriosa queda de braços que protagonizou com Dilma e seus incompetentes assessores.
Sem saber como lidar com o Parlamento na esteira de uma crise político-institucional que cresce de forma assustadora e contínua, Dilma tem apelado a todos os assessores mais próximos na busca de uma solução que lhe dê doses mínimas de sossego, já que na outra ponta da confusão há uma crise econômica grave que vem tirando o sono dos trabalhadores.
A única garantia que Dilma tem do PMDB, na esfera do Congresso Nacional, por enquanto, é que nem Renan Calheiros nem Eduardo Cunha enxergam no cenário atual um fato determinado (leia-se crime de responsabilidade) que justifique um pedido de impeachment da presidente.
O temor de Dilma Rousseff em relação à fermentação das relações com o Congresso é tamanho, que a posse de Henrique Eduardo Alves no Ministério do Turismo foi marcada para quinta-feira, o que deixa o atual ministro, Vinícius Lajes, sem tempo para arrumar as gavetas. Considerando que Lajes é afilhado político de Renan Calheiros, o fervente caldo político tem tudo para entornar.