Violência e intolerância – Nesta quinta-feira (16), em Johanesburgo, cerca de 5 mil pessoas saíram às ruas para protestar contra a onda de violência contra estrangeiros, principalmente na cidade de Durban. Seis pessoas, entre moçambicanos e etíopes, foram mortas e os respectivos negócios foram pilhados. O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, pediu calma à população.
Ao lado da “marcha da paz” de hoje, outra passeata reuniu 200 anti-imigrantes, que foram reprimidos pela polícia com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Os revoltados acusam os estrangeiros de competir com os comerciantes locais em plena crise econômica, de residir ilegalmente no país e até mesmo de cometer crimes.
Presidente pede calma
A onda de violência atingiu Johanesburgo nesta quinta-feira (16), relembrando os conflitos de 2008 na cidade, quando mais de 60 pessoas perderam a vida em ataques do gênero.
O presidente Jacob Zuma, discursando no Parlamento, condenou os atos, que classificou como “violação dos valores sul-africanos”. Zuma afirmou que nenhum sentimento de frustração ou revolta pode justificar esses ataques. Ao mesmo tempo, garantiu que seu governo está reforçando o controle das fronteiras para evitar a entrada ilegal de pessoas vindas dos países vizinhos.
O contexto
Com 50 milhões de habitantes, a África do Sul tem cerca de cinco milhões de imigrantes. A taxa de desemprego atinge 25% e chega a 40% quando se trata de jovens trabalhadores.
Os estrangeiros ameaçados acusam as autoridades de reagir tardiamente aos ataques. As embaixadas de Moçambique, Malawi e Somália estão organizando o repatriamento de seus cidadãos que estão isolados em campos sob proteção policial. (Com RFI)