Confusão sem fim – Nesta segunda-feira (20), a capital do Iêmen, Sanaa, sofreu um grande ataque aéreo liderado pela Arábia Saudita contra seus depósitos de armas. Os ataques provocaram grandes explosões. Segundo um funcionário do Ministério da Saúde, o bombardeio deixou pelo menos 25 mortos e 350 feridos. As explosões foram as mais fortes na cidade desde que a campanha saudita contra os rebeldes xiitas houthi começou, em março.
“O número de vítimas ainda está aumentando, e os hospitais estão encontrando grande dificuldade em lidar com o crescente número de feridos e mortos”, informou o oficial, que preferiu não ter sua identidade revelada.
A rede de televisão al-Masirah, dos houthis, afirmou que Mohammed Shamsan, apresentador de outro canal local, foi morto e membros de sua equipe ficaram feridos. Ambulâncias foram enviadas para os locais das explosões e a al-Masirah transmitiu um comunicado das autoridades de saúde pedindo que os cidadãos doem sangue.
As explosõespuderam ser ouvidas em toda a capital e quebrou janelas por toda a cidade. “De repente sentimos um terremoto tremer debaixo de nossos pés. Os vidros das janelas quebraram por toda parte por causa da explosão”, disse Mukhtar Abdullah Alawadhi, gerente de uma empresa a uma milha do local da explosão. “Foi tão forte que até mesmo a moldura das janelas caiu das paredes”.
Os ataques aconteceram um dia após o representante dos houthi, Abdul-Malekal-Houthi, comprometer-se a prosseguir com sua campanha, apesar dos ataques da coalizão. O rebelde afirmou, em um pronunciamento transmitido pela televisão, que o “grande povo iemenita nunca se renderá” e ainda acusou a Arábia Saudita de planejar uma “invasão”.
A coalizão formada pela Arábia Saudita e apoiada pelos Estados Unidos tem bombardeado o Iêmen desde março para impedir o avanço dos milicianos xiitas, que ampliaram seu domínio sobre a cidade de Aden, no sul do país, onde o presidente Abd-Rabbu Mansour Hadi tinha se refugiado, e de onde foi obrigado a fugir.
De acordo com um porta-voz do Pentágono, a marinha dos Estados Unidos enviou um porta-aviões e um navio de mísseis guiados a águas próximas ao Iêmen para realizar operações de segurança marítima. No entanto, ele negou que os navios estavam em missão para interceptar carregamentos de armas iranianas. Um oficial americano afirmou que a presença dos navios dos EUA na região dá aos comandantes opções de ação e decisão caso a situação no país piore. (Por Danielle Cabral Távora)