Luz no túnel – Pesquisadores da Universidade da Flórida (EUA) descobriram recentemente um coquetel feito de duas drogas que pode redefinir o sistema imunológico dos portadores de diabetes, restaurando a sua capacidade de produzir insulina. A expectativa é que essa medicação possa levar a um novo tratamento para pessoas com diabetes tipo 1. Segundo os estudiosos, o tratamento é “como apertar o botão de reiniciar”. Eles ainda descrevem os resultados como “aprofundados e bem sucedidos”, apesar do fato de terem testado o coquetel em 17 pessoas somente.
O Doutor Michael Haller, endocrinologista pediátrico, comparou sua abordagem para o tratamento de diabetes tipo 1 como um jogo de “polícia e ladrão”. Inicialmente, o ingrediente ativo ataca as células problemáticas do sistema imunitário, que podem estar por trás de uma incapacidade do paciente para produzir insulina, e é feita uma limpeza no organismo com um medicamento chamado Timoglobulina, uma droga inicialmente desenvolvida para utilização em transplante de órgãos.Em seguida, ele usa um medicamento chamado Neulasta, uma droga projetada para melhorar a vida de pessoas com certas formas de câncer, para estimular a produção de células imunes novas e potencialmente benéficas.
“Estamos tentando acabar com as células ruins e estimular as células boas ao mesmo tempo”, revelou Haller.Durante duas semanas, o médico tratou 17 pacientes com diabetes do tipo 1 com o coquetel, depois os acompanhou durante um ano. Outros oito pacientes receberam um placebo apenas. No final, os pacientes tratados tinham aumentado notavelmente sua capacidade para produzir insulina. Isso indica que o Timoglobulina foi bem sucedida na morte de células ruins do sistema imune, enquanto o Neulasta conseguiu com sucesso a estimulação de células imunitárias novas e saudáveis.
Os pesquisadores ainda afirmaram que a capacidade dos pacientes de produzir insulina indica que eles tiveram um aumento das células beta, que são responsáveis pela produção dela no pâncreas. “O tratamento parecia estimular a produção de insulina em pessoas com diabetes do tipo 1, estabelecendo um feito bastante otimista”, afirma Mark Atkinson, um investigador do estudo.
Os pacientes do estudo de Haller estavam convivendo com a diabetes tipo 1 entre quatro meses e dois anos. “O modelo tem sido principalmente para testar terapias destinadas à preservação de células beta em pessoas que acabaram de ser diagnosticadas”, disse Haller. “Nós estamos interessados em melhorar a vida desses pacientes”, completou.
Outro investigador, Dr. Desmond Schatz, alertou: “Apesar de grandes avanços em nossa compreensão da história natural da diabetes tipo 1, ainda somos incapazes de curar e prevenir a doença”. (Por Danielle Cabral Távora)