Camisa de força – O grupo terrorista “Estado Islâmico’ (EI) reivindicou nesta terça-feira (5) a responsabilidade pelo ataque de dois atiradores a uma mostra de caricaturas de Maomé no estado norte-americano do Texas, no último final de semana.
“Dois dos soldados do califado executaram um ataque numa exposição artística em Garland, no Texas, e essa mostra estava exibindo imagens negativas do profeta Maomé”, informou o EI na rádio oficial do grupo.
Um dos dois atiradores mortos pela polícia diante da exposição era monitorado pelo FBI há anos. Os dois homens atiraram num guarda diante do Curtis Culweel Center, que abrigava uma mostra e competição de desenhos do profeta.
Duas fontes governamentais disseram, sob a condição de anonimato, que os atiradores eram Elton Simpson, de 31 anos, e Nadir Soofi, de 34 anos. Ambos dividiam um apartamento em Phoenix, no estado americano do Arizona. Documentos judiciais mostram que Simpson estava sob vigilância desde 2006 por ter sido associado a um indivíduo que o FBI acreditava querer formar uma célula terrorista no Arizona.
Simpson foi condenado em 2011 a três anos em liberdade condicional após o FBI apresentar conversas gravadas entre ele e um informante, em que o jovem falava em viajar à Somália para se juntar à jihad. A promotoria condenou Simpson por mentir sobre suas intenções de se juntar à guerra santa, mas não encontrou evidências suficientes para concluir que o depoimento falso envolvia terrorismo internacional.
Segundo os documentos do tribunal, o FBI tentou, sem sucesso, colocar Simpson na lista “no-fly” do governo dos Estados Unidos, na qual figuram pessoas proibidas de viajar de avião. O pai de Simpson disse à emissora ABC News que o filho “sempre foi um bom garoto”, mas que eles tinham “sérias diferenças”.
Fontes do governo americano afirmaram que investigadores estão vasculhando mensagens eletrônicas enviadas e recebidas pelos dois suspeitos mortos em Dallas. Os agentes estão em busca de evidências de contato entre os atiradores e grupos militantes no exterior, sobretudo com o “Estado Islâmico” (EI), baseado na Síria.
Nas redes sociais, usuários que afirmam ser afiliados ao EI elogiaram os atiradores do Texas, mas especialistas alertam sobre o fato de que grupos militantes são conhecidos por reivindicar crédito por ataques nos quais não tiveram envolvimento.
O evento em que os atiradores foram mortos, em Dallas, foi realizado pela Iniciativa Americana de Defesa à Liberdade (AFDI, na sigla em inglês), criticada por patrocinar campanhas anti-islâmicas. Segundo os organizadores, a “Exposição artística e competição Maomé” tinha como objetivo promover a liberdade de expressão. Foi oferecido um prêmio de 10 mil dólares para a melhor caricatura ou obra de arte retratando o profeta – o que é considerado uma ofensa por seguidores do islã. (Com agências internacionais)