Chamada geral – A União Europeia (UE) pediu nesta segunda-feira (11) ao Conselho de Segurança da ONU que apoie uma operação naval europeia contra o tráfico de imigrantes pelo Mar Mediterrâneo, ajudando a desmantelar redes de traficantes e a destruir os barcos por eles utilizados.
“Estamos assumindo responsabilidades e trabalhando duro e rápido, mas não podemos fazer isso sozinhos”, afirmou a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, perante o Conselho, em Nova York.
Mogherini se reuniu com os embaixadores dos 15 países-membros com o objetivo de tentar convencê-los a adotar uma resolução de apoio as ações da UE para a crise migratória no Mediterrâneo.
Os líderes da União Europeia concordaram no mês passado em identificar, capturar e destruir barcos antes de os mesmos serem usados pelos traficantes, mas não está claro como isso poderá ser feito. Enquanto isso, o bloco quer autorização da ONU para fazê-lo. A grande maioria dos traficantes opera em território libanês.
“Ninguém está pensando em usar bombas. Estou falando de uma operação naval”, disse Mogherini após o encontro com o Conselho de Segurança. Ela disse que os ministros europeus do Exterior vão se reunir em 18 de maio para discutir e definir os detalhes da operação.
Os membros europeus do Conselho de Segurança – Reino Unido, França, Lituânia e Espanha – estão elaborando uma resolução para aprovar a operação europeia sob o capítulo 7 da Carta da ONU, que permite o uso da força para manter a paz, disseram diplomatas.
A resolução autorizaria a UE a intervir em alto mar e em águas territoriais da Líbia para apreender e destruir embarcações. O rascunho da resolução deve ser distribuído aos 15 membros do Conselho nos próximos dias, segundo diplomatas.
As principais ressalvas à proposta vêm da Rússia, para quem destruir embarcações é ir longe demais. A Rússia é membro permanente do Conselho de Segurança e, como tal, tem direito a veto na votação de resoluções.
“O mais importante para a União Europeia é destruir o modelo de negócio dos traficantes, certificando-se de que os navios não poderão ser novamente utilizados”, disse Mogherini.
“Eles vendem esperança, mas entregam morte”, declarou a diplomata, falando sobre os traficantes. Ela garantiu que refugiados interceptados no mar não serão enviados de volta contra a sua vontade.
A representante afirmou ainda que a Europa quer atuar em parceria com as autoridades líbias. “Não vamos agir contra, devemos trabalhar em conjunto. A nossa mensagem para os líbios é: a Europa está pronta para ajudar de todas as maneiras possíveis, a Europa estará do lado de vocês”, concluiu a chefe da diplomacia europeia.
Mais de 1.800 pessoas morreram nas águas do Mediterrâneo desde janeiro, durante tentativas de alcançar solo europeu a partir da África. (Com agências internacionais)