Fora do script – Nesta terça-feira (19), a Polícia Federal do Paraná confirmou que a doleira Nelma Kodama, presa na carceragem do órgão e negociando acordo de colaboração com as investigações da Operação Lava-Jato, sofreu um acidente na tarde de segunda-feira e teve de ser levada de ambulância para uma Unidade de Pronto Atendimento, onde foi medicada.
De acordo com a PF, após sofrer queda durante o banho de sol, a doleira bateu a cabeça em uma estrutura de ferro sofrendo um corte na testa. Nelma foi atendida pelo Samu e levada até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 Horas do bairro Boa Vista para tomar vacina antitetânica, conforme prescrição do médico que a atendeu. Ela ficou cerca de meia hora fora da carceragem para ser atendida.
Nelma Kodama foi condenada a 18 anos de prisão por organização criminosa e lavagem de dinheiro e cumpria pena na Penitenciária Feminina de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, porém, nas últimas semanas, foi transferida para a carceragem da PF porque sinalizou com a possibilidade de colaborar na investigação dos outros processos em que é ré, disposição que ratificou em depoimento prestado na última semana à CPI da Petrobras, na sede da Justiça Federal em Curitiba.
O depoimento foi marcado pelas atitudes da doleira, que cantou a música “Amada Amante”, de Roberto Carlos, para explicar seu relacionamento com Alberto Youssef, levantou-se e mostrou os bolsos de traz da calça para dizer que não estava com dinheiro na calcinha quando foi presa no aeroporto de Guarulhos. Além disso, afirmou que o País é movido pela corrupção e que a atual crise econômica enfrentada pelo Brasil se deve ao fato de uma engrenagem do sistema criminoso ter sido atingida pelo Ministério Público Federal e pela PF.
Há cerca de um ano, em sua primeira passagem pela carceragem da PF, em Curitiba, Nelma ganhou a simpatia dos policiais ao salvar a vida de um agente que sofrera ataque cardíaco em pleno serviço. Em abril do ano passado, ao ver um agente desmaiar na sua frente, Nelma fez massagem torácica e respiração boca a boca, em seguida destrancou a cela de um médico que estava preso no mesmo local, que deu sequência ao atendimento, até que o policial fosse levado a um hospital. (Por Danielle Cabral Távora)