Rédea solta – Sob influência dos preços da energia elétrica, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) desacelerou esse mês, na comparação com abril. A taxa ficou em 0,60% em maio, após subir 1,07% em abril. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira (22).
Com o resultado, o índice acumula alta de 5,23% no ano, bem acima da taxa de 3,51% registrada em igual período de 2014. Já em 12 meses, o índice acumulado é de 8,24%, o mais elevado desde janeiro de 2004.
As contas de energia elétrica, que têm peso de 3,88% nas despesas das famílias, tiveram alta de 13,02% no mês passado, enquanto em maio a variação foi de 1,41%. Com isso, o índice do grupo habitação recuou de 3,66% para 0,85%. A alta elevação em abril refletiu reajustes que passaram a vigorar em 2 de março, tanto na bandeira tarifária vigente (vermelha), que aumentou 83,33%, quanto nas tarifas, com a ocorrência de reajustes extraordinários.
O resultado desse mês ficou dentro do intervalo de estimativas dos analistas do mercado financeiro, que esperavam inflação entre 0,50% e 0,66%, e ligeiramente acima da mediana, positiva em 0,59%.
Alessandra Ribeiro, economista e sócia da “Tendências Consultoria” Integrada, destacou a desaceleração no setor de serviços, sem considerar as passagens aéreas. “O ponto positivo foi a desaceleração de 0,62%, no fechado de abril, para 0,44%, no IPCA-15 de maio, uma notícia alentadora. No entanto, em 12 meses, serviços, excluindo passagens aéreas, ainda tem um acumulado de 8,6%, o que é muito alto”, afirmou.
Ainda segundo a economista, a alimentação em domicílio, com alta de 0,97% no IPCA-15 de maio, também pressionou e evitou uma queda maior no indicador, justamente em um período favorável à baixa nos preços. “Já a alimentação fora do domicílio finalmente mostrou uma desaceleração, mesmo que modesta, de 0,97% no fechado de abril para 0,77% no IPCA-15”, revelou.
Considerando os grupos, a maior influência da alta para a inflação veio de alimentos e bebidas, que tiveram aumento de 1,05% e impacto de 0,26 ponto percentual. Entre os destaques, estão os aumentos nos preços do tomate (19,79%) cebola (18,83%), cenoura (10,45%), leite (2,64%), pão francês (2,23%), óleo de soja (2,17%), carnes (1,40%), frango em pedaços (1,30%).
No grupo Saúde e Cuidados Pessoais houve a maior variação em maio, com alta de 1,79%. Com isso, o impacto no índice foi de 0,19 ponto porcentual.
A forte elevação ocorreu como consequência do aumento do custo dos produtos farmacêuticos, cujos preços subiram, em média, 3,71% diante do reajuste vigente desde 31 de março. O item liderou a relação dos principais impactos individuais, sendo responsável por 0,12 ponto percentual do IPCA-15 de maio. (Por Danielle Cabral Távora)