Fogo amigo – O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), se elegeu em 2012 graças a uma esquisita aliança com o PT, partido que duramente no Congresso Nacional, como combativo parlamentar do PSDB. Fruet jamais coabitou bem com o PT, a quem teve de entregar a vice (para Miriam Gonçalves), diversas secretarias e inumeráveis cargos no município. O prefeito comanda um governo considerado decepcionante até por seus aliados tradicionais, marcado pela absoluta ausência de obras. Ainda assim, não perdeu a esperança de se reeleger.
Para tanto, Fruet está convencido de que o único caminho para a redenção política é desembarcar o PT do governo e descarregar a frustração provocada pela administração municipal nos “companheiros”. O prefeito curitibano cumpre esse roteiro com afinco. Em entrevistas, ele tem creditado ao PT as frustrações que provocou na população e sinaliza que a aliança “companheiros” está com seus dias contados.
A manifestação mais virulenta de Gustavo Fruet sobre o PT veio em entrevista ao jornal “Valor Econômico”, publicada nesta terça-feira (9). Questionado se o partido estava provocando rejeição no eleitor, fulminou: “Mais do que rejeição, o PT está despertando ódio e vai pagar um preço alto nas eleições municipais porque é uma rede que envolve pessoas que são referência não apenas para o partido, mas para a sociedade”.
As declarações do prefeito, como não poderiam deixar de ser, provocaram enorme desconforto entre os petistas do Paraná, que se preparam para lançar um candidato próprio a prefeitura da capital paranaense em 2016. As opções são escassas. A senadora Gleisi Helena Hoffmann, maior estrela do partido, sofreu amarga derrota nas eleições de 2014, quando fez 14% dos votos na corrida ao Palácio Iguaçu. Agora, a senadora petista está atolada no Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história.
Outra opção do partido para disputar a prefeitura curitibana é o bisonho deputado estadual petista Tadeu Veneri, cuja campanha foi financiada por empreiteiras investigadas na Operação Lava-Jato e responde a inquérito na Justiça por uso irregular de verbas de gabinete. Em suma, o PT, que na última década se dedicou ao banditismo político, quer apresentar ao eleitorado de Curitiba o que pode ser chamado de “mais do mesmo”.