Tiro no escuro – Nesta segunda-feira (22), José Américo Dias, secretário de Comunicação do PT e deputado estadual, minimizou a desvantagem do ex-presidente Luiz Inácio da Silva em eventual disputa com o senador Aécio Neves (PSDB-MG) pela Presidência da República.
A pesquisa Datafolha foi publicada no último sábado (20) e mostrou o petista com 25% das intenções de voto, atrás do senador mineiro, que ficou com 35%. De acordo com Américo, o resultado do levantamento foi devido ao fato de Lula “não ser candidato”. O secretário petista também duvidou de eventual candidatura de Aécio.
“Acho que o candidato é o Geraldo Alckmin, ele só está guardando lugar. Aécio é muito vulnerável, foi citado na lista de Furnas, tem o governo em Minas”, ressaltou Américo, que ainda classificou a ida do senador e de outros colegas da oposição a Caracas como “patetice” e ironizou o tucano. “Isso é uma patetice. Por que ele não ficou na Venezuela uns três, quatro dias esperando para fazer o que ele queria? Para não perder o final de semana?”, indagou o petista.
Américo aproveitou para rechaçar a suposta proximidade entre o ex-presidente Lula e Marcelo Odebrecht, preso na última sexta-feira (19), na Operação Erga Omnes, décima quarta etapa da Operação Lava-Jato.
“Nunca teve nenhum nexo, nenhuma relação”, afirmou o deputado, ressaltando que eventos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) também receberam patrocínio da construtora. “O PT recebeu dessas empreiteiras o que o PSDB recebeu, do mesmo jeito, de forma absolutamente legal”, finalizou.
O Brasil ainda é uma democracia e por conta disso está preservada a liberdade de expressão. Por isso o petista José Américo Dias pode dize RO que quiser, mesmo que sua fala seja eivada de incoerências. Se há patetice na política nacional, por certo é a afirmação de que Lula não é candidato. O ex-metalúrgico só entrou na campanha de Dilma Rousseff à reeleição na etapa final porque sua sucessora no cargo quebrou um acordo que dava a Lula o direito de disputar a presidência no ano passado. Por outro lado, Lula já começa a articular sua campanha para 2018, a ponto de já ter montado um comitê de notáveis (sic), que funciona no instituto que leva o seu nome.
Em relação ao fato de senadores da oposição terem ido à Venezuela para conversar com os adversários do tiranete Nicolás Maduro, algo extremamente necessário, o secretário do PT não pode esquecer que a companheira Dilma Rousseff tentou ingerir no Paraguai por ocasião do impeachment de Fernando Lugo, processo que se deu dentro do que determina a Constituição daquele país.
No tocante à proximidade de Lula com a empreiteira Odebrecht, o patriarca Emílio Odebrecht não teria feito as ameaças que foram divulgadas na imprensa se não existisse essa relação nefasta e suspeita. Ademais, documentos em posse da Polícia Federal e do Ministério Público Federal atestam a proximidade da empreiteira baiana com Lula, que nos bastidores é chamado de “Brahma”. (Danielle Cabral Távora com Ucho Haddad)