MPF denuncia Dirceu, Vaccari e mais 15 por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa

jose_dirceu_56Sem perdão – Nesta sexta-feira (4), o ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu de Oliveira e Silva, preso na Operação Lava-Jato, foi denunciado pelo Ministério Público Federal. Além de Dirceu, já condenado à prisão na Ação Penal 470 (Mensalão do PT), também foram denunciados o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e outros 15 investigados na Operação Pixuleco, desdobramento da Lava-Jato, todos por organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro.

Relatórios de investigação da Polícia Federal afirmam que o esquema de corrupção atribuído ao ex-ministro petista movimentou mais de R$ 59 milhões propinas, sendo que a corporação estima que o valor pode ultrapassar os R$ 84 milhões.

Dirceu está preso preventivamente desde o início de agosto, quando foi deflagrada a Operação Pixuleco. Na última quarta-feira (2), o petista foi transferido para o Complexo Médico-Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Até então, o mensaleiro ficou preso na carceragem da Superintendência da Polícia Federal na capital paranaense. O pedido de transferência foi feito pela defesa do ex-ministro na segunda-feira (31).

O defensor de Dirceu, o criminalista Roberto Podval, um dos melhores e mais caros do País, argumentou que embora a PF estivesse tratando seu cliente ‘com correção’, a cela na Custódia da PF é muito acanhada. De acordo com o juiz federal Sérgio Fernando Moro, que autorizou a transferência, no Complexo de Pinhais o ex-ministro ficará ‘em ala reservada, com boas condições de segurança e acomodação’.

Os advogados de Dirceu e Vaccari têm negado de forma reiterada que os clientes tenham recebido propina do esquema Petrolão, o maior esquema de corrupção da história e que funcionou ininterruptamente durante uma década na Petrobras, desde que a operação criminosa foi inventada por José Janene e endossada pelo Palácio do Planalto.

Denúncia

De acordo Deltan Dallagnol, procurador da República que integra a força-tarefa da Lava-Jato, a denúncia tem como foco atos ilícitos cometidos na seara da diretoria de Serviços da Petrobras e contempla 129 atos de corrupção ativa e 31 atos de corrupção passiva, entre os anos de 2004 e 2011. O montante desviado no esquema de corrupção, envolvendo tais atos, foi estimado em R$ 60 milhões, sendo que boa parte desse valor passou por processo de lavagem de dinheiro.

Entre os denunciados, três são ligados às empresas investigadas pela PF, dois do setor administrativo da estatal, três do setor financeiro e nove do núcleo político, todos alvos da Operação Pixuleco, décima sétima fase da Operação Jato. (Danielle Cabral Távora e Ucho Haddad)

Confira abaixo a lista de denunciados:

Camila Ramos de Oliveira e Silva, filha de José Dirceu;

Cristiano Kok, presidente de Engevix Engenharia;

Daniela Leopoldo e Silva Facchini, arquiteta responsável pela reforma do imóvel de José Dirceu;

Fernando Antonio Guimarães Horneaux de Moura, lobista suspeito de representar José Dirceu na Petrobras;

Gerson de Mello Almada, ex-vice-presidente da Engevix;

João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT;

José Adolfo Pascowitch, operador do esquema;

José Antunes Sobrinho, executivo da Engevix Engenharia;

José Dirceu de Oliveira e Silva, ex-ministro da Casa Civil;

Júlio César dos Santos, ex-sócio minoritário da JD Consultoria;

Júlio Gerin Camargo, lobista e delator da Lava-Jato;

Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão e sócio de José Dirceu na JD Consultoria;

Milton Pascowitch, operador e delator da Lava Jato;

Olavo Horneaux de Moura Filho, operador;

Pedro José Barusco Filho, ex-gerente da Petrobras;

Renato de Souza Duque, ex-diretor da Petrobras;

Roberto Marques, ex-assessor de José Dirceu.

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