Defesa aloprada de Gleisi e Adams ignora a gravidade dos crimes de Dilma, que pode acabar na prisão

(AFP - Getty Images)
(AFP – Getty Images)
Parafuso solto – As acusações que pesam contra Dilma Rousseff, que levaram o Tribunal de Contas da União (TCU) reprovar as contas da presidente, são muito mais graves do que querem fazer supor os aliados aloprados da petista, como a senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR), conhecida por ser uma “franca atiradora”, e o advogado-geral da União, Luiz Inácio Adams.

A ordem no Palácio do Planalto é defender a chefe do Executivo federal a qualquer preço, mesmo que para isso seja necessário mentir de forma acintosa e desmedida. Prática adotada por nove entre dez aliados que se curvam diante das ordens palacianas.

Uma das acusações, envolvendo operações cambiais não autorizadas, pode proporcionar, além das punições políticas, como perda de mandato e inelegibilidade, dois anos de prisão à petista.

A qualidade dos defensores da presidente é um caso à parte, já que os discursos são desconexos e amparados em teorias jurídicas esdrúxulas e que foram trazidas a lume apenas para tentar justificar o injustificável.

Luís Inácio Adams, por exemplo, esteve no epicentro do escândalo sobre a venda de pareceres técnicos, que explodiu em 2012, ocasião em que o advogado-geral quase ejetado do cargo. À época, ao menos sessenta servidores da AGU fizeram um ato pedindo o afastamento de Adams.

O caso de Gleisi Hoffmann, conhecida como “Joanna D’Arc das Araucárias”, é ainda pior. Investigada minuciosamente na esteira da Operação Lava-Jato, na qual foi denunciada pelos principais delatores (Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa) de ter embolsado R$ 1 milhão em propina do Petrolão, Gleisi também aparece, na condição de principal implicada, nas 18ª e 19ª fases da Lava-Jato, a Pixuleco II e a Nessun Dorma, respectivamente.

Ser defendida por pessoas tão incompetentes e comprometidas pouco alivia a situação de Dilma, mas foi o que restou à presidente, que, ultimamente, não tem dado sorte em suas estratégias. Mesmo que, na prática, tenha abdicado do poder em benefício do PMDB e de Lula para ficar com o cargo, e lançado uma ofensiva suicida contra o TCU, Dilma só conseguiu unir a Corte de Contas em torno do relator das “pedaladas fiscais” e garantir a reprovação das contas do próprio governo relativas a 2014.

O inferno astral da presidente da República, que não é dos mais suaves, torna-se ainda pior com essas defesas descabidas e sem conteúdo, que ao final servem apenas para ampliar a extensão de um calvário político que tende a se agigantar com o passar dos dias.

apoio_04