Dilma terá de pedir ao ministro do Turismo para deixar o cargo após denúncias de irregularidades

Faca amolada – A presidente Dilma Rousseff queria muito que não houvesse mais motivo para a saída de ministros. Mas a demissão do titular do Turismo, Pedro Novais (PMDB-MA), parece inevitável, uma vez que o peemedebista não se sustenta no cargo. A última denúncia é de que a esposa tem à disposição um funcionário da Câmara dos Deputados que lhe presta serviços de motorista. O servidor, Adão dos Santos Pereira, fica à disposição da mulher do ministro, Maria Helena de Melo, 65, que é funcionária pública aposentada e não trabalha no Congresso Nacional.

Pereira foi contratado pelo gabinete do deputado Francisco Escórcio (PMDB-MA), mas nunca trabalhou ali. O servidor foi exonerado nesta terça-feira (13). Na terça-feira (13), o abusado ministro do Turismo não se dignou a responder as perguntas sobre o escândalo que envolve sua mulher, que transformou um servidor do Congresso em motorista particular.

Em nota divulgada à noite, o ministro diz que Pereira foi seu motorista até ser exonerado em dezembro, quando Novais deixou a Câmara para assumir o ministério. A nota diz que Adão dirigia o mesmo carro usado pela mulher do ministro nas últimas semanas e afirma que o carro é alugado. As informações são da Folha online.

Imbróglio da governanta

Outra denúncia contra o ministro do Turismo foi o uso de verba de gabinete parlamentar para pagar, durante sete anos, o salário da governanta de seu apartamento em Brasília. A empregada Doralice Bento de Sousa, 49, recebia como secretária parlamentar, mas trabalhava no apartamento do deputado federal, ora licenciado, Pedro Novais.

Quando Novais assumiu o ministério, no começo do ano, Doralice deixou de ser governanta e foi contratada como recepcionista por uma empresa terceirizada do Ministério do Turismo. A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) chegou a afirmar que o ministro deve prestar esclarecimentos sobre uso do dinheiro público para pagar a governanta. O Ministério Público Federal do Distrito Federal também decidiu analisar o caso.

Escândalo do motel

Mas as estripulias de Pedro Novais não se resumem a esses dois imbróglios, que em Brasília são considerados transgressões de “pé de chinelo”. Antes de ser indicado pelo PMDB para comandar a pasta do Turismo, Novais foi acusado de usar parte da verba indenizatória, a que deputados e senadores têm direito, para custear festa nada ortodoxa na suíte de um motel no interior do Maranhão. Acuado e sem saber o que dizer, Pedro Novais ressarciu os cofres da Câmara dos Deputados.

Armação com Fernando Sarney

Semanas antes de sua indicação para integrar o governo da neopetista Dilma Rousseff, o maranhense Pedro Novais foi flagrado pela Polícia Federal em bisonha conversa telefônica com Fernando Sarney, empresário e filho de José Sarney, a quem o ministro obedece de forma genuflexa. Novais pediu ao filho do presidente do Congresso que beneficiasse um aliado político na Justiça Eleitoral, usando para tal a influência de Nelma Sarney, desembargadora e tia de Fernando.