História de peso –
No Cazaquistão, antes de voltar ao Brasil, o presidente Lula disse “o Sarney tem no Brasil história suficiente pra não ser tratado como uma pessoa comum”. Afinal, por interesses óbvios, era preciso e urgente salvar o presidente do Senado da ardente fogueira em que se transformou o escândalo dos chamados atos secretos. Que o presidente Luiz Inácio fala aos borbotões todos sabem, mas nem sempre é possível confiar nas palavras presidenciais. Quando ocupou o Palácio do Planalto como presidente, José Sarney foi responsável por uma inflação mensal que chegou à casa de 80%.
Para que os brasileiros não esqueçam da recente história política brasileira, Lula, em 1986, usou o adjetivo “grileiro” para se referir ao maranhense. “Sarney não vai fazer reforma agrária coisa nenhuma, porque ele é grileiro no estado do Maranhão”, disse o petista. Um ano mais tarde, em 1987, Lula chamou Sarney de “ladrão”. “Adhemar de Barros e Maluf poderiam ser ladrões, mas eles são trombadinhas perto do grande ladrão que é o governante da Nova República”, afirmou o metalúrgico. No mesmo ano, Lula rotulou Sarney como “impostor”. “Sarney é um impostor que chegou à Presidência assaltando o poder”, declarou o então oposicionista. Agora, décadas depois das ofensas, é preciso reconhecer que o presidente Luiz Inácio tem razão. José Sarney em hipótese alguma pode ser tratado como uma pessoa comum.