Morre em Cuba, aos 90 anos, o facínora e totalitarista Fidel Castro

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O histórico líder cubano Fidel Alejandro Castro Ruz, ou simplesmente Fidel, morreu aos 90 anos, informou neste sábado (26) seu irmão, o presidente Raúl Castro, em discurso transmitido pela televisão estatal.

“Com profunda dor é que compareço para informar ao nosso povo, aos amigos da nossa América e do mundo que hoje, 25 de novembro de 2016, às 22h29, faleceu o comandante em chefe da Revolução Cubana, Fidel Castro Ruz”, disse Raúl Castro, visivelmente emocionado.

O presidente cubano acrescentou que o corpo do líder histórico será cremado nas primeiras horas deste sábado, segundo sua “vontade expressa”, e que nas próximas horas divulgará ao povo a “informação detalhada sobre a organização da homenagem póstuma a Fidel”.

Como cabeça da Revolução Cubana, Fidel Castro foi uma das personalidades mais carismáticas e controversas do século 20 e era a última grande figura do comunismo ocidental.

Totalitarista, truculento e sanguinário, Fidel valeu-se da violência para neutralizar as ações dos adversários, transformando Cuba em uma ilha-prisão, na qual a população acostumou-se ao regime comunista, como se nada mais existisse ao redor do planeta. Os que não aceitaram o regime insano de Fidel arriscaram-se em perigosas travessias marítimas até o estado norte-americano da Florida.

O último revolucionário”, como era chamado pelos seus admiradores, liderou Cuba durante 49 anos, até passar o poder ao irmão mais novo, Raúl. Mesmo afastado, continuou exercendo influência e marcando a identidade coletiva do país.


Fidel foi, ao lado de Ernesto “Che” Guevara, o principal líder da Revolução Cubana, que em janeiro de 1959 encerrou o regime de Fulgêncio Batista, ditador aliado dos Estados Unidos.

Em 1961, declarou Cuba um Estado comunista, e os EUA cortaram relações diplomáticas com Havana, situação que se prolongou até 2015. Apenas em março de 2016, Barack Obama tornou-se o primeiro presidente norte-americano no cargo a visitar a Cuba em 88 anos. Já o embargo econômico dos EUA a Cuba, iniciado em 1961, dura até hoje.

Fidel decidiu afastar-se do poder devido a problemas de saúde em 31 de julho de 2006, quando delegou a liderança do regime cubano ao irmão Raúl, cinco anos mais novo, de forma provisória. Em fevereiro de 2008, a transferência de poder foi oficializada.

As últimas imagens de Fidel são de 15 de novembro de 2016, quando recebeu em sua residência o presidente do Vietnã, Tran Dai Quang. A última vez em que foi visto em um ato público foi no dia 13 de agosto, por ocasião da comemoração de seu 90º aniversário, em evento no Teatro Karl Marx, em Havana.

Naquela ocasião, Fidel apresentou um semblante frágil, vestido com um moletom branco e acompanhado pelo seu irmão Raúl e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

Desde o seu aniversário, recebeu também em sua residência outros líderes, como o presidente do Irã, Hassan Rohani; de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa; e os primeiros-ministros do Japão, Shinzo Abe; da China, Li Keqiang, e Argélia, Abdelmalek Sellal. (Com agências internacionais)

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