Nova era – Quando o dia cair nesta quarta-feira (28) e a noite der o ar da graça, os judeus iniciarão a comemoração do Rosh Hashaná (em hebraico significa “cabeça do ano”), nome dado ao ano novo, segundo as tradições do judaísmo. De acordo com a literatura rabínica, o Rosh Hashaná ocorre no primeiro dia do mês de Tishrei, primeiro mês do ano no calendário judaico rabínico e sétimo no calendário bíblico. Os judeus em breve romperão o ano 5772.
A Torá, nome dado aos cinco primeiros livros que constituem o texto central do judaísmo, refere-se ao Rosh Hashaná como o Dia da Aclamação, que os judeus caraítas seguem sem considerá-lo como o princípio do ano. Nos registros rabínicos, o Rosh Hashaná é considerado como o dia em que Adão e Eva foram criados e incorreram em erro ao tomar da árvore da ciência o bem e o mal. Também teria sido neste dia que Caim teria matado seu irmão Abel, passagem bíblica que também é considerada pelos católicos. Por isso, o Rosh Hashaná é tido como o Dia de Julgamento (Yom ha-Din) e o Dia de Lembrança (Yom ha-Zikkaron). Trata-se do início de um período de introspecção e meditação de dez dias, que culminará com o Yom Kipur (dia do Perdão), quando, segundo o judaísmo, o Criador julga os homens.
A comemoração do Rosh Hashaná é acontece durante os dois primeiros dias de Tishrei, conforme o costume pós-exílico para se garantir a comemoração no dia correto nas comunidades da Diáspora. A celebração começa ao anoitecer da véspera com o toque do shofar, instrumento de sopro e tradicionalmente sagrado, feito com chifre de carneiro.
Durante os festejos do Rosh Hashaná é costume se comer certos alimentos representativos, como maçãs com mel e açúcar para representar um ano doce. Também se come “Rosh shel Dag”, cabeça de peixe, pois este nada sempre para frente e está semrpe com os olhos abertos, o que representa a vigilância divina. Esse alimento incentiva a começar um ano bom com a cabeça, a parte mais alta do corpo. Durante a tarde do primeiro dia se realiza o tashlikh, um costume de recitar-se certas preces e jogar pedras ou pedaços de pão na água como um símbolo da eliminação dos pecados.
