Brasileiros precisam cobrar do Supremo rapidez e firmeza no julgamento do “Mensalão Mineiro”

Fila do abate – O Supremo Tribunal Federal precisa apressar o passo para julgar o processo que trata do Valerioduto, esquema de desvio de dinheiro de empresas públicas de Minas Gerais para financiar a campanha à reeleição do então governador Eduardo Azeredo, do PSDB, em 1998. A celeridade é importante porque alguns crimes podem prescrever nos primeiros meses de 2014.

Ministro do STF e relator do processo, Luís Roberto Barroso informou que levará o caso a julgamento o quanto antes, mas respeitando o trâmite legal. “Vou julgar o mais rápido que o devido processo legal permitir”, disse.

O Valerioduto, também conhecido como Mensalão Mineiro, também foi operado pelo publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, que usou uma de suas agências para “esquentar” o dinheiro desviado do governo de Minas Gerais.

Com a anuência de Eduardo Azeredo, duas estatais mineiras – Copasa e Comig – e o Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge) repassaram à agência SMPB R$ 3,5 milhões para patrocínio de eventos esportivos. De acordo com o Ministério Público Federal, o dinheiro foi usado na campanha de Azeredo, mas para dar ares de legalidade à operação o publicitário teria feito empréstimos fraudulentos no Banco Rural, no valor de R$ 11 milhões.

Apesar de toda a engenharia criminosa, Eduardo Azeredo acabou perdendo a disputa pelo Palácio da Liberdade para o ex-presidente e ex-senador Itamar Franco, à época no PMDB.

É preciso que a opinião pública cobre o STF com o mesmo ímpeto que dispensou ao caso do Mensalão do PT, pois corrupção não tem bandeira partidária ou ideologia. Corruptos são criminosos hediondos e não podem ser distribuídos em castas, exceto a dos presidiários. Que a mais alta instância da Justiça seja implacável no julgamento do caso que tira o sono dos tucanos.