Dilma ressuscita figura do “engavetador-geral”, mas ainda não explicou o sumiço do crucifixo

dilma_rousseff_470É bom esclarecer – Chega a ser psicótica a dependência que os petistas têm de Fernando Henrique Cardoso. No último debate entre presidenciáveis antes do primeiro turno, realizado pela Rede Globo, Dilma Rousseff ressuscitou a figura do “engavetador-geral da República”, termo usado pela “companheirada” para referir-se a Geraldo Brindeiro, procurador-geral da República na era FHC. A presidente-candidata fez tal referência na tentativa fracassada de explicar os seguidos escândalos de corrupção de seu governo, em especial o saque aos cofres da Petrobras, que sangraram à sombra do esquema criminoso operado por Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal, e pelo doleiro Alberto Youssef.

Dilma, com sabem os leitores, se esforça para parecer competente e intransigente com a corrupção e os desmandos, mas querer ressuscitar a rasteira alcunha conferida a Brindeiro é excesso de ousadia por parte da presidente, pois o PT não tem um grama de moral para fazer críticas a quem quer que seja.

Dilma parte para tentar a reeleição, mas até agora não explicou aos brasileiros uma escandalosa “engavetada” de Lula, o lobista malandro, seu antecessor e mentor eleitoral.

Quando ocupou o principal gabinete do Palácio do Planalto, em 1º de janeiro de 2011, com direito a faixa no peito e outros quetais, Dilma deparou-se com a primeira polêmica de um governo que com os anos mostrar-se-ia pífio, paralisado e incompetente. A retirada de um crucifixo e de um exemplar da Bíblia que decoravam o gabinete presidencial, assunto que acabou nas manchetes dos jornais da época.

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Naquele momento, Dilma descobriu que entre as muitas especialidades de Lula, a de empacotar aquilo que não lhe pertence é uma das mais destacadas. Rapidamente, para impedir que a imagem de anti-Cristo conquistada na campanha eleitoral de 2010 voltasse à baila, a assessoria de imprensa palaciana esclareceu através de nota que o crucifixo pertencia ao ex-presidente Lula e que o exemplar da Bíblia continuava na Presidência.

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Por ocasião do entrevero, a jornalista Helena Chagas, então ministra da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, apressou-se em esclarecer os fatos no microblog que mantém no Twitter. Afirmou Helena Chagas, como é possível conferir nas imagens abaixo, que “a peça é do ex-presidente Lula e que foi na mudança”. Em outra postagem, a ministra informa que o crucifixo é de origem portuguesa e foi presenteado a Lula por um amigo.

Pois bem, se a nota enviada à época pela assessoria de Dilma merecia crédito, e a ministra Helena Chagas também – naquele momento o ucho.info preferiu acreditar que sim -, alguém precisa explicar o fato de o tal crucifixo estar em foto do então presidente Itamar Franco no mesmo gabinete presidencial. A mencionada imagem está disponível na rede mundial de computadores, que serviu de palco para uma campanha batizada como “Devolve, Lula!”.

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Há nesse caso três hipóteses. A primeira delas, mencionada acima, é que Dilma Rousseff, que se viu em apuros com a comunidade cristã por ter defendido a legalização do aborto, tentou evitar nova rota de colisão com os seguidores do Cristianismo. E por conta disso usou a desculpa de que Lula teria levado o crucifixo como forma de justificar o sumiço da peça decorativa de seu gabinete.

A segunda hipótese é que Luiz Inácio da Silva pode ter se apropriado de um patrimônio público, o que, fosse o Brasil um país sério, já teria rendido um ruidoso inquérito policial. Se a suposta apropriação indébita de fato ocorreu, está explicado o tamanho da mudança do outrora primeiro-casal, que despachou de Brasília para São Bernardo do Campo, no Grande ABC, nada menos do que dez caminhões com objetos pessoais, presentes recebidos durante os dois mandatos e outras tantas quinquilharias. Há quem garanta, inclusive, que presentes e joias ofertados por estadistas estrangeiros, devida e legalmente incorporados ao acervo da Presidência da República, agora repousam no duplex que o arrogante Lula mantém na cidade da Grande São Paulo, berço do sindicalismo nacional.

A terceira hipótese, a mais absurda delas, é que pode existir no Brasil um santeiro com boas relações palacianas, que presenteia os presidentes da República sempre com o mesmo crucifixo. E nesse rol de agraciados com o mimo está o ex-presidente Itamar Franco. Vale lembrar que dos últimos presidentes brasileiros, o único que deve ser respeitado por sua conduta, sem reparos, é Itamar Franco.

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Dilma, que adora exalar pílulas de falsa probidade, deveria revelar a verdade sobre o sumiço do crucifixo, mesmo que com considerável atraso, dizendo que seu pensamento não coaduna com a pretérita pregação do mais ilustre frequentador da Galiléia. Destarte, não existindo essa possibilidade, Lula deveria imbuir-se de coragem e assumir, perante a população, sua porção de gatuno, não sem antes devolver aquilo que é de propriedade dos brasileiros. No contraponto, se essa tese for equivocada, Lula deve vir a público e aplicar uma carraspana na sua pupila, pois do contrário jamais saberemos se alguém mentiu ou surrupiou.

Como nada disso aconteceu até agora, até porque covardia é a marca registrada da “companheirada”, que a Casa Civil, agora sob o comando do “irrevogável” Aloizio Mercadante, faça um dossiê esmiuçando a mudança de Dom Lula I e de sua rainha (sic) Marisa Letícia, repetindo gesto da presidente Dilma, que em passado não tão distante ordenou a confecção de um dossiê sobre os gastos do então presidente Fernando Henrique Cardoso e da ex-primeira-dama Ruth Cardoso.

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