PPS e Democratas disparam contra a indicação de Bendine para presidir a Petrobras

rubens_bueno_27Artilharia pesada – Como era de se esperar, partidos de oposição criticaram duramente a escolha do atual presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, para comandar a Petrobras, que afunda diuturnamente em um inesgotável poço de corrupção.

Líder do PPS na Câmara dos Deputados, o paranaense Rubens Bueno (à esquerda na foto) classificou como “decepcionante” a escolha de Bendine para a presidência da estatal. “Ele não tem conhecimento de um setor extremamente complexo e não possui estofo para levar a Petrobras a um patamar de credibilidade que ela necessita neste momento”, afirmou o parlamentar.

Bueno lembrou que Bendine era tido como demissionário da presidência do Banco do Brasil por causa do escândalo do empréstimo de R$ 2,7 milhões a amiga Val Marchiori, socialite e apresentadora de TV que tinha restrição de crédito por não ter pago outro financiamento do BB. “Não podemos dizer que é um currículo que o recomende para assumir uma empresa da grandeza da Petrobras”, disse.

Quando o escândalo estourou, Aldemir Bendine chegou a entregar o cargo, mas a nomeação de seu sucessor ficou aguardando a escolha do novo ministro da Fazenda, agora Joaquim Levy. “Esse senhor esperava a demissão e foi presenteado com a presidência da Petrobras. O governo ri na cara da sociedade”, afirmou Rubens Bueno.

O empréstimo à apresentadora foi feito a partir de uma linha subsidiada do BNDES, contrariando normas internas do Banco do Brasil. Além desse escândalo, o ex-motorista de Bendine afirmou, em depoimento, que fez diversas entregas de dinheiro vivo a pedido do chefe.

Líder do Democratas na Câmara, Mendonça Filho (PE) classificou como “improvisada” a indicação de Aldemir Bendine para capitanear a maior empresa brasileira, Petrobras. O deputado pernambucano acredita que prevaleceu a conveniência política sobre a capacidade técnica essencial para uma empresa do porte da Petrobra,s tomada pelo aparelhamento político e mergulhada em um gigantesco escândalo de corrupção.

“Essa escolha de Aldemir Bendine foi uma decisão improvisada. Bendine tem uma gestão contestada no Banco do Brasil com denúncias de irregularidades durante sua direção no banco”, opinou o líder. Uma dessas denúncias diz respeito ao suposto favorecimento à socialite Val Marchiori.

“A presidente Dilma priorizou autoproteção, a conveniência política em detrimento da capacidade técnica. A Petrobras precisa de um grande nome do mercado externo para sanear e resgatar a credibilidade da empresa”, acrescentou Mendonça Filho.

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