Arábia Saudita retoma ataques no Iêmen para conter rebeldes houthis

iemen_07Artilharia pesada – Após cinco dias de cessar-fogo humanitário, a coalizão liderada pela Arábia Saudita retomou nesta segunda-feira (18) os ataques aéreos a rebeldes houthis no Iêmen. O ministro iemenita do Exterior, Riad Yassin, acusou os rebeldes e seus aliados de terem “repetidamente desrespeitado” a trégua.

Apesar do apelo da ONU, a coalizão descartou estender o cessar-fogo. “Foi como dissemos: se eles retomassem os ataques, nós também retomaríamos”, disse Yassin. Apesar da trégua, confrontos esporádicos continuaram acontecendo em algumas regiões do país.

O ministro ressaltou, porém, que, para que a ajuda humanitária continue chegando ao país, o aeroporto de Sanaa e aos portos de Aden e Al Hudaydah não serão atacados.

O cessar-fogo de cinco dias para permitir a ajuda humanitária aos iemenitas encerrou no fim da noite de domingo, mas segundo organizações internacionais, o prazo não foi suficiente para permitir a entrega de suprimentos à população. O enviado da ONU ao Iêmen pediu que a trégua fosse prorrogada por mais cinco dias.

“Fazemos um apelo para o fim da violência e para que a assistência humanitária possa entrar livremente no Iêmen”, disse na capital saudita o enviado da ONU ao Iêmen, Ismail Ould Cheikh Ahmed, durante uma conferência que reuniu, no domingo, líderes tribais iemenitas para discutir o fim turbulência política no país. Autoridades houthis, porém, se recusaram a participar do evento.

Acusações mútuas

Ambos os lados se acusam mutuamente de ter iniciado os ataques. Segundo testemunhas, a coalizão saudita bombardeou alvos na cidade portuária de Aden. Os sauditas, por sua vez, afirmam que os rebeldes houthis teriam transportado lança-mísseis para a fronteira com a Arábia Saudita, o que configuraria uma violação do cessar-fogo.

A Arábia Saudita e países árabes sunitas iniciaram a campanha aérea contra a milícia xiita houthi no final de março, depois que os rebeldes e seus aliados avançaram sobre Aden. A cidade era o último refúgio do presidente iemenita Abd Rabbuh Mansur al-Hadi. O avanço rebelde o obrigou a deixar o país rumo à Arábia Saudita. Os houthis também controlam Sanaa e boa parte do norte do país.

Segundo a ONU, desde meados de março, o conflito no Iêmen já matou mais de 1,4 mil pessoas, a grande maioria civil. (Com agências internacionais)

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