Lava-Jato: após fechar o cerco contra Lula e Dilma; investigação mira Erenice Guerra e Luciano Coutinho

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Quando Deltan Dallagnol, procurador da República e coordenador da força-tarefa da Operação Lava-Jato, apresentou o detalhado organograma do Petrolão como preâmbulo da denúncia contra o ex-presidente Lula (corrupção passiva e lavagem de dinheiro), ficou claro que novas prisões ocorreriam em pouco tempo. O que ficou claro com a prisão de dois ex-ministros de Lula e Dilma Rousseff em menos de uma semana.

De acordo com o organograma, nas fases seguintes da Lava-Jato surgiriam informações e nomes que permitiram fechar o cerco entorno de Lula e Dilma, responsáveis pelo maior esquema de corrupção de todos os tempos, que arruinou os cofres da Petrobras.

O primeiro passo depois da exibição do organograma foi a Operação Arquivo X, cujo ponto alto foi a prisão do ex-ministro Guido Mantega (Fazenda), solto horas depois por decisão do juiz Sérgio Moro, responsável na primeira instância do Judiciário pelos processos resultantes da Lava-Jato.

O segundo passo foi a Operação Omertà (35ª fase da Lava-Jato), que mandou para a cadeia o também ex-ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda e Casa Civil) , além dos assessores Branislav Kontic e Juscelino Dourado, todos devidamente instalados na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba.


Seguindo a sequência lógica das investigações e os pontos que constam do organograma do procurador Deltan Dallagnol, os próximos alvos da Lava-Jato Erenice Guerra, ex-chefe da Casa Civil e pessoa da máxima confiança de Dilma, e Luciano Coutinho, ex-presidente do BNDES e muito próximo de Lula.

Ambos são suspeitos de atuar de modo semelhante ao imputado a Palocci e Mantega, ou seja, de negociar dinheiro de propina para o PT usando, para tanto, os cargos que ocupavam no governo.

O objetivo da Lava-Jato é mostrar que, além da Petrobras, a administração federal direta também foi usada para fazer caixa 2 (alimentado pela corrupção) para o PT. Seguindo esta linha de raciocínio é possível esperar por graves e devastadoras denúncias contra Lula e Dilma nas próximas fases da operação que desmontou o esquema criminoso que funcionou de forma deliberada durante uma década na estatal petrolífera.

Alvo de investigação, o pagamento da Odebrecht ao ex-ministro Palocci está relacionado à aprovação de medida provisória que concedia incentivos fiscais e melhorava a linha de financiamentos do BNDES na África.

Os investigadores da Lava-Jato destacam que o financiamento do BNDES a essas megaempresas era direcionado a partir da influência política de integrantes do governo e funcionava como moeda de troca para favorecer financeiramente partidos que estavam no poder central e seus integrantes.

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