Processada por corrupção, Gleisi tenta reescrever a história: “O PT não aumentou a dívida pública”

(Jefferson Rudy - Agência Senado)
(Jefferson Rudy – Agência Senado)

Só o mandato de senadora separa a petista Gleisi Helena Hoffmann (PT) da prisão. Ré por corrupção no Petrolão, investigada por decisão do Supremo Tribunal Federal e acusada de corrupção por sete delatores da Operação Lava-Jato, a senadora deveria estar diuturnamente preocupada com a estruturação de uma defesa minimamente coerente e que a mantenha longe da condenação.

Contudo, Gleisi, com inacreditável ousadia e falta de compostura, que só o fanatismo ideológico pode explicar, tenta reescrever a história. Na opinião da parlamentar paranaense, não foi o PT, com seus seguidos desmandos, incompetência e escândalos de corrupção quem arruinou o País, mas o PSDB de Fernando Henrique Cardoso.

Em inacreditável artigo em que ataca a PEC do Teto de Gastos, Gleisi afirma que a lambança econômica que o governo de Michel Temer tenta consertar é fruto não do PT, mas de FHC.

“Aliás, em outro argumento não menos hipócrita, Michel Temer e sua turma alardeiam como principal argumento a favor da PEC da maldade o estouro da dívida pública. É mais uma mentira. O PT não aumentou a dívida pública. Durante os governos do PT, tivemos reduções substanciais da dívida pública brasileira, basta olhar os dados do Banco Central. Quem promoveu o aumento alarmante dessa dívida foi o governo tucano. Quem diz não sou eu, é o Banco Central. De 1995 a 2002, Fernando Henrique Cardoso fez a dívida crescer inacreditáveis 752%. No governo do Lula, a dívida pública cresceu 79%, no governo da Dilma, 31%, mesmo com o estouro ocorrido em 2014 e 2015. Isso foi menos que a inflação do período. É ou não é uma falácia?”, indaga a senadora com a desfaçatez dos insanos ou, quiçá, dos muito cínicos.

A derrocada de Dilma Rousseff, segundo a nova narrativa que Gleisi tenta emplacar, não ocorreu por incompetência, corrupção generalizada, gestão ruinosa e pedaladas fiscais. O impeachment foi uma manobra para enriquecer os bancos, como se o PT não tivesse feito isso de maneira escandalosa.


“Ora, chega de mentiras! Derrubaram a presidenta Dilma com o único objetivo de deixar o caminho livre para fazer o que estão querendo fazer, que é irrigar os bancos com mais juros e os rendimentos dos mais ricos. Por que não reduzem os juros, por que não taxam os lucros e dividendos da casta sempre privilegiada, por que não cobram impostos das grandes fortunas e sobre as grandes heranças? Nós da oposição estamos sugerindo isso”.

Depois desse pífio espetáculo de cinismo por parte de Gleisi, volta ao tablado da política a conhecida cantilena do PT, que pretende mostrar à parcela incauta da opinião pública sua preocupação (sic) com os mais pobres e indefesos. Preocupação que não se viu na era petista, período em que a prioridade foi encher os bolsos da “companheirada”.

“Para o andar de cima, a PEC 55 não existe. Vai sobrar para o aposentado, para o dependente do SUS, para o pai que tem filho em escola pública e para os extremamente pobres que dependem do amparo do Estado. É por isso que eles têm medo do referendo, medo de enfrentar o debate popular. Por favor, como prega a nossa Constituição, respeitem a soberania popular. O povo tem que se manifestar sobre quem vai pagar a conta desse ajuste fiscal”, escreveu a senadora.

Sem ter o que mostrar como política, processada por corrupção, Gleisi Hoffmann tenta conseguir um lugar ao sol no terreiro da nova esquerda verde-loura, que depois do Petrolão e do impeachment de Dilma Rousseff busca desesperadamente ressurgir na cena política nacional.

Em vez de apelar a sandices para salvar a si mesma, Gleisi deveria explicar aos brasileiros de bem os motivos que a levaram a nomear um pedófilo condenado a mais de cem anos de prisão a cargo de confiança na Casa Civil. Eduardo Gaievski, amigo de Gleisi, não apenas aterrissou no Palácio do Planalto, mas foi incumbido pela senadora petista de cuidar dos programas federais destinados a crianças e adolescentes, no melhor estilo “raposa tomando conta do galinheiro”.

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