Instituto de Gilmar Mendes recebeu R$ 50 mil da Fecomercio-RJ, cujo presidente foi solto pelo ministro

Não há no Brasil um dia sequer sem um novo caso de corrupção ou o desdobramento de algum anterior. Esse cenário faz com que o País viva sob constante expectativa, pois as investigações têm mostrado que o escândalo e muito maior e mais devastador do que se imaginava.

Em fevereiro de 2018, o UCHO.INFO noticiou que o presidente da Fecomercio-RJ, Orlando Diniz, tinha relações nada republicanas com os advogados de Lula.

Na matéria, informamos que Diniz havia contratado, por estratosféricos R$ 68 milhões, o escritório de advocacia de Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira, este último compadre do ex-metalúrgico. Ao longo de quatro anos, Orlando Diniz gastou R$ 180 milhões com advogados, com o objetivo de permanecer na direção da entidade por meio de interposição de seguidos recursos judiciais.

Diniz foi solto na última sexta-feira (1) por determinação do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para quem corrupção é crime menor. Essa é uma das justificativas do ministro do STF para colocar em liberdade criminosos que dilapidaram os cofres públicos.

Como no universo do poder inexistem coincidências, a força-tarefa da Operação Lava-Jato, no Rio de Janeiro, informou que a partir da quebra do sigilo bancário da Fecomercio-RJ foi possível identificar um pagamento no valor de R$ 50 mil feito pela entidade em favor do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP, que tem como um dos fundadores o ministro Gilmar Mendes.


Orlando Diniz esteve no comando da Fecomercio-RJ ao longo de vinte anos, até ser preso em fevereiro passado sob a acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Mesmo assim, o ministro do STF entende que esses crimes são de menor potencial.

O IDP, por sua vez, realizou alguns eventos com o patrocínio da Fecomercio-RJ, atendendo a ordem de Diniz. Entre 2015 e 2017, três eventos do IDP receberam verba de patrocínio da Fecomercio: um no Rio de Janeiro e dois em Lisboa.

Essa relação nada republicana entre o ex-presidente da Fecomercio-RJ e o ministro do STF fax com que Gilmar Mendes aponta para a suspeição ou de impedimento do magistrado, que não se importa com o que pensa a população e as autoridades.

Em ofício enviado à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, o Ministério Público Federal, no Rio de Janeiro, requer análise de pedido de suspeição ou impedimento de Gilmar Mendes em processo envolvendo o ex-comandante da entidade do comércio.

Em qualquer país minimamente sério e com autoridades responsáveis, o presidente da Fecomercio continuaria preso, ao passo que Gilmar mendes jamais teria sido nomeado ministro do STF.

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