Debate presidencial paralelo sugerido por Haddad e Manuela pode levar à cassação da chapa petista

Se a política brasileira muitas vezes mostra-se incompreensível para a maioria da população, a situação eleitoral em que se encontra o Partido dos Trabalhadores em relação à disputa presidencial é no mínimo um atentado ao bom senso. A candidatura petista tem um cabeça de chapa que está condenado por corrupção e cumprindo pena de prisão, no caso Lula, uma candidata a vice (Manuela D’Ávila) e um candidato a vice (Fernando Haddad) que faz o papel de estepe, mas que pode substituir o “dono” da legenda na corrida ao Palácio do Planalto. Ou seja, um furdunço eleitoral que é um acinte.

Diante da prisão de Lula e sua consequente inelegibilidade, conforme determina a Lei da Ficha Limpa, o PT recorreu ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) na esperança de conseguir autorização para que o ex-metalúrgico pudesse participar do debate entre presidenciáveis na Band, que acontecerá na quinta-feira (9). Como a questão jurídica de Lula é penal, não eleitoral, não cabia ao PT ingressar com ação no TRF-4, mas à milionária e badalada defesa do ex-presidente. Mas esse é um assunto para depois.

O que chama a atenção é que os dois vices de Lula, Haddad e Manuela, seguindo a modorrenta cartilha esquerdista, decidiram promover um contraponto ao debate entre os candidatos à Presidência da República. Ambos participarão de um debate, na internet e nas redes sociais, respondendo às mesmas perguntas feitas aos candidatos que estarão na Band.


O “paralalelismo” não é novidade na esquerda nacional, pois quando foi derrotado nas tentativas de chegar à Presidência, Lula sempre anunciou a criação de um governo paralelo. Conversa fiada da pior qualidade, uma vez que Lula não foi capaz de comandar um governo oficial, como já provado, que dirá um paralelo.

A questão que paira sobre a iniciativa de Fernando Haddad e Manuela D’Ávila, a dupla que vem tirando o sono da cúpula petista por causa da baixa popularidade, é que não se pode descartar uma violação da legislação eleitoral. Talvez fosse prudente falar em crime eleitoral.

Alguém pode questionar o motivo desse alerta, mas o motivo é simples. Haddad e Manuela não são candidatos à Presidência e, portanto, não podem passar como tal e muito menos pedir votos aos eleitores. Se assim fizerem, estarão infringindo a lei eleitoral e abrindo caminho para uma eventual cassação da chapa. O que seria uma pá de cal na já aberta sepultura do PT, partido que, segundo as investigações da Operação Lava-Jato, adotou o modus operandi de uma organização criminosa.