Mulher de Doria nega participação em escândalo envolvendo templo do padre Marcelo Rossi

Eleito prefeito da maior cidade brasileira, São Paulo, em 2016, o tucano João Agripino da Costa Doria Junior tomou posse no cargo em 1º de janeiro do ano seguinte, mas quinze meses depois abandonou o posto para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo paulista, pelo PSDB, onde ainda é considerado por muitos como “cristão novo”.

Doria há muito vem circulando pelo estado de São Paulo em campanha antecipada, como fazem muitos candidatos, afirmando que não é político, mas gestor. Fosse de fato um gestor, João Doria não teria deixado a prefeitura paulistana antes do final do mandato, levando na bagagem um escândalo de corrupção sem precedentes e que envolve o processo de licitação da Parceria Público-Privada da Iluminação Pública, no valor de R$ 7 bilhões.

O ex-prefeito estava aparentemente tranquilo em relação ao escândalo, até o momento em que o nome da ex-primeira-dama, Beatriz Maria Bettanin Doria, conhecida como Bia Doria, foi arrastado ao olho do furacão.

Um e-mail entregue ao Ministério Público paulista revela que a prefeitura de São Paulo realizou serviços de modernização da iluminação do palco do santuário Theotokos, comandado pelo popular padre Marcelo Rossi. Na verdade, o serviço foi executado pela empresa FM Rodrigues, que era responsável pela manutenção da iluminação da cidade e liderou o consórcio vencedor da PPP, cujo contrato foi suspenso por determinação da Justiça.


Bia Doria foi convocada pelo MP para depor na qualidade de testemunha, em junho, mas alegou impossibilidade por motivo de viagem. Bia Doria depôs na quarta-feira (8) e negou ter solicitado a instalação de equipamentos de iluminação na parte interna do templo do padre Marcelo.

O depoimento da ex-primeira-dama é desmontado pelas declarações do técnico de iluminação do templo, Antonio Nunes de Miranda Sobrinho, que em junho disse aos promotores que Bia Doria deu ordem para instalar luzes de LED, um equipamento para efeitos e uma mesa para controlar a intensidade da iluminação.

A instalação das lâmpadas e dos equipamentos no templo Theotokos foi feita pela empresa FM Rodrigues, acusada de ter pago propina a servidores do Ilume para ser beneficiada no processo de licitação da PPP.

O UCHO.INFO tem cópia do mencionado e-mail e uma gravação em que um então servidor do Ilume, exonerado na esteira do escândalo de corrupção, dar ordens por telefone para que funcionários da FM Rodrigues executem o serviço no templo religioso.

Quando este noticioso antecipou que Doria teria problemas pelo caminho, alguns aduladores de plantão do tucano desafiaram o editor a apresentar provas, como se aqui fosse uma usina de denuncismo. Aos que duvidaram da seriedade do nosso jornalismo, já comprovada ao longo dos anos, os fatos que aí estão falam por si.