Com o juro do rotativo do cartão de crédito em 484% ao ano, CMN acaba com a farra das operadoras

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Entre a crise econômica que devasta o País e a ganância das instituições financeiras, a taxa média de juro cobrada na modalidade rotativa dos cartões de crédito cresceu 2,4 pontos percentuais em dezembro, saltando para incríveis 484,6% ao ano, informou o Banco Central nesta quinta-feira (26).

Não bastasse o fato de ser a modalidade de crédito mais cara do mercado, o juro do cartão no rotativo também atingiu o nível mais alto da série histórica, iniciada março de 2011. Em novembro passado, o juro médio do rotativo estava em 482,2% ao ano, a maior de todo o planeta nessa modalidade. No acumulado de 2016, a taxa do cartão de crédito rotativo aumentou 53,2 pontos percentuais.

Os especialistas lembram que o cartão de crédito rotativo e o cheque especial só devem ser usados em caso de extrema necessidade e por curto prazo, sob pena de a dívida tornar-se impagável. Entre a teoria e a prática há uma enorme distância, principalmente quando o cidadão lança mão dessas modalidades de crédito por questão de sobrevivência.


Diante de um escárnio conhecido, o governo decidiu acabar com a farra das operadoras no caso do rotativo do cartão. Nesta quinta-feira, o Conselho Monetário Nacional (CMN) alterou as regras do cartão de crédito. A partir de 3 de abril, quando a medida entrará em vigor, o saldo devedor do cartão de crédito não liquidado na integralidade no vencimento será transformado em parcelamento, caso o cliente não pague a fatura seguinte.

“A expectativa é de que, com a adequação do produto crédito rotativo, as instituições financeiras possam praticar taxas de juros nessa modalidade inferiores às atualmente praticadas”, destaca a nota do CMN.

Não ficou claro na decisão do Conselho se a medida será retroativa ou se valerá somente para saldos devedores futuros dos cartões de crédito. É importante que o governo atue firmemente para proteger os cidadãos, em especial no momento de crise, pois há muito cresce o número de inadimplentes na seara dos cartões.

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