Chumbo trocado – Presidente da Câmara dos Deputados, o peemedebista Eduardo Cunha (RJ) começa a encabrestar o governo de Dilma Rousseff e o PT. Isso porque o parlamentar já anunciou que não permitirá que a CPI da Petrobras estenda o espectro da investigação à era de Fernando Henrique Cardoso, como queriam os petistas.
A decisão é mais troco que Eduardo Cunha dá ao PT, depois que seu nome foi carreado para o escândalo da Operação Lava-Jato em duas ocasiões. A primeira delas em um depoimento prestado pelo policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o “Careca”, um dos ajudantes de ordem do doleiro Alberto Youssef. Às autoridades que integram a força-tarefa da Lava-Jato, “Careca” afirmou que certa feita levou dinheiro do esquema de corrupção para Eduardo Cunha, no Rio de Janeiro. A declaração foi feita em meio à campanha pela presidência da Câmara e acabou sendo desmontada por causa de um punhado de mentiras.
A segunda menção ao nome de Eduardo Cunha no âmbito da Operação Lava-Jato surgiu a reboque de uma gravação de autenticidade não comprovada, provavelmente um golpe sujo e rasteiro de petistas que pretendiam complicar a candidatura do peemedebista à presidência da Câmara dos Deputados. Nos três minutos e meio da gravação, um dos interlocutores do diálogo, supostamente um policial, ameaça revelar nomes se não receber dinheiro em troca.
“O meu delegado já me chamou, já andou me sondando, e o negócio está ficando feio, inclusive, me disseram que o Ministério Público vai me chamar. Aí, se eu ficar abandonado, eu vou jogar m… no ventilador. Está todo mundo enchendo a burra de dinheiro e eu estou abandonado e duro, sem grana, só segurando a p…”, diz um dos interlocutores.
Jogado aos leões enquanto fazia campanha para assumir o comando da Câmara, Eduardo Cunha agora começa a devolver o veneno que lhe foi dedicado pelo PT com o apoio explícito e covarde do Palácio do Planalto. Desde que Cunha assumiu a liderança do PMDB na Câmara dos Deputados, o UCHO.INFO afirma ser ele um dos principais problemas da presidente Dilma Rousseff no parlamento.
A presidente da República, sempre autoritária e truculenta, acreditou que seria tarefa fácil anular politicamente o atual presidente da Câmara. Segundo na linha sucessório presidencial desde o dia 1º de fevereiro, Eduardo Cunha tem dado seguidas lições em Dilma, ao mesmo tempo em que vem colocando o vice Michel Temer em saia justíssima. Muitos diziam que Cunha era político da confiança de Temer, mas o deputado fluminense já deu mostras que seu objetivo é muito maior e ambicioso. Ele está de olho na Presidência da República, cargo ao qual pretende concorrer em 2018. Até lá, o presidente da Câmara fará “gato e sapato” do governo, pois, além da vingança maligna, ele percebeu que boa parte da população quer ver Dilma e o PT sofrendo e bem longe.