Com antecedência – Na madrugada de 1º de janeiro deste ano, o ucho.info afirmou, com base em informações recebidas de agentes do serviço de inteligência de pelo menos quatro países, além da confirmação feita por um ex-agente da CIA, que Hugo Chávez, ditador da Venezuela, estava tecnicamente morto, mas ligado a aparelhos que o mantinham em estado vegetativo.
Muitas críticas nos foram dedicadas, mas as informações foram ratificadas nos dias que se seguiram, confirmando que a linha de investigação que adotamos estava no rumo certo. Mesmo com todas as declarações oficiais do governo de Caracas, desmentindo as notícias que circulavam nos bastidores, mantivemos a nossa posição, pois uma das fontes é de extrema confiança e muito ligada ao serviço secreto cubano.
A novela que se desenrolou em capítulos oscilantes nesses dois meses, tendo a mentira como palco, serviu para que o grupo de Chávez se articulasse nos bastidores para garantir a permanência no poder e evitar uma guerra civil na Venezuela. Tão logo noticiamos a morte cerebral de Hugo Chávez, alguns afoitos chegaram a afirmar que se tratava de mera especulação, mas esse comportamento é típico da esquerda radical que exorciza a verdade dos fatos, quando esses são contrários aos seus interesses.
Em jogo na sucessão de Hugo Chávez estão muitos interesses políticos e econômicos, dentro e fora da Venezuela. Há um caixa 2 venezuelano no exterior com alguns bilhões de dólares e a cornucópia em que se transformou o país sob a baderna legal que surgiu com a revolução bolivariana está na alça de mira de muitos. Crimes cometidos nos bastidores do poder são muitos e rendem dinheiro à vontade. E é exatamente nesse ponto que reside a discórdia, pois todos querem uma fatia desse legado bisonho.
Foi preciso que o ex-embaixador do Panamá na Organização dos Estados Americanos (OEA), Guillermo Cochez, afirmasse que o tiranete bolivariano encontra-se em estado de morte cerebral desde 30 de dezembro passado para que os que lançaram dúvidas sobre a reportagem do ucho.info compreendessem a seriedade e a dedicação que dispensamos ao nosso trabalho jornalístico, que apesar de alguns desafetos é respeito por muitos.
De acordo com Guillermo Cochez, a família de Chávez teria autorizado, há alguns dias, o desligamento dos aparelhos que mantinham o caudilho vivo. Após a entrevista de Cochez, o governo venezuelano não desmentiu o diplomata panamenho e deixou de divulgar notícias a respeito da saúde de Hugo Chávez.
A grande questão que envolveu essa farsa sobre o degenerado estado de saúde de Chávez é que as mentiras produzidas nos bastidores eram elípticas e não saiam do nível da estupidez. É preciso lembrar que um rígido e excessivo esquema de segurança, por mais eficiente que possa ser, em torno de determinado fato sigiloso pode ser comparado a uma máscara, que pelo mais ínfimo buraco deixa a verdade escapar. Depois disso não há o que controle a informação verdadeira.
Como noticiamos há dias, o staff do Palácio Miraflores, sede do Executivo venezuelano, já teve tempo suficiente para se entender nos bastidores, fazendo as divisões necessárias, e preparar a população para a notícia final. A confirmação da morte de Chávez a partir de agora é uma questão de horas.
Confira abaixo a entrevista concedida pelo embaixador panamenho Guillermo Cochez ao diário La Estrella Panama