Confete fora de hora – Reeleito de forma inexplicável, o fanfarrão governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB), terminou há instantes um discurso ufanista e com excesso de bajulação a Luiz Inácio da Silva, que na tarde deste sábado (1) passa a faixa presidencial à sua sucessora.
Na tribuna da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Cabral Filho abusou da paciência dos presentes à cerimônia de posse ao relatar a insegurança pública que dominou e ainda domina a região metropolitana do Rio de Janeiro, como se a recente ocupação do território dos traficantes na Vila Cruzeiro e no Complexo do Alemão significasse a derrota do narcotráfico.
Em sua fala, o governador fluminense exaltou a disposição do presidente Lula em ajudar o Rio a combater a escalada da criminalidade. Em cena pífia e típica de bajuladores profissionais e desavergonhados, Cabral Filho chamou o petista Luiz Inácio de “o maior brasileiro” e o “maior presidente do Brasil”, lembrando que Lula ajudou o Rio a ser respeitado por todo o País. É preciso lembrar que o governador, apoiado pelas forças de segurança, venceram apenas uma importante batalha, o que não significa que a guerra ao tráfico de drogas e crimes apensos está encerrada.
Dias antes da abertura dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, Lula disse que, encerrado o evento esportivo, a cidade contaria com o melhor e mais eficiente sistema de segurança pública do País. Três anos e meio depois da promessa, o crime organizado continua agindo na cidade que é conhecida como o principal cartão-postal brasileiro.
Se de fato Lula estivesse disposto a colaborar no combate ao tráfico, as fronteiras brasileiras estariam monitoradas desde o início de seu primeiro mandato, em 2003. O que anão aconteceu porque qualquer ação repressiva nas fronteiras com os países vizinhos colocaria em risco a fonte de financiamento das Forças Revolucionárias da Colômbia, as Farc, que sobrevivem Às custas do dinheiro advindo do tráfico de drogas e armas. Parceiros no Foro de São Paulo, as Farc e o PT têm o compromisso tácito de ajuda mútua, a exemplo do que acontece com outros integrantes do movimento formado por representantes da chicaneira e totalitarista esquerda latino-americana.
Durante a recente campanha presidencial, a então candidata Dilma Rousseff, agora presidente da República, disse que as fronteiras brasileiras estavam vigiadas, inclusive com o uso de uma aeronave não tripulada, equipamento comprado pelo governo federal em Israel. Uma sonora inverdade, pois dias depois da declaração a Polícia Federal, a quem cabe operar o equipamento, disse que a geringonça voadora ainda estava parada.
Resumindo, Sérgio Cabral Filho terá mais quatro anos para, a bordo de inverdades colossais, preparar dar tratos às suas pretensões políticas, dentre elas a de chegar ao Palácio do Planalto na condição de vice, provavelmente na chapa encabeçada pela neopetista Dilma Vana Rousseff, que, segundo Lula, já é candidata à reeleição em 2014.