Fora do script – Quando o ucho.info afirmou, na edição de terça-feira (28), que a fumaça no caso do atacante Neymar Jr. estava apenas começando, não foi por mera conjectura. Autoridades federais já se movimentavam nos bastidores para, ainda em fase inicial, esclarecer o imbróglio que emoldura a milionária transferência do jogador para o FC Barcelona.
A Justiça espanhola passou a investigar o caso depois que um sócio do clube catalão denunciou que o valor da transação foi muito maior do que o anunciado. O escândalo cresceu nas últimas semanas e Sandro Rosell renunciou à presidência do Barça.
Dias depois, o pai do jogador, Neymar da Silva Santos, que também é seu empresário, admitiu que ter recebido, antecipadamente, € 10 milhões (de um total de € 40 milhões) para dar prioridade ao Barcelona na contratação do atacante. Situação que caracteriza aliciamento, sob a ótica da FIFA, que pode suspender o atleta por até quatro meses. Confirmada tal punição, Neymar ficaria de fora da Copa do Mundo.
Não bastasse o furacão que se formou na seara esportiva, com a empresa DIS, que era dona de 40% do passe de Neymar, ter anunciado que recorrerá à Justiça para cobrar o jogador, autoridades brasileiras resolveram entrar no caso. A Procuradoria da República em Santos, no litoral paulista, instaurou procedimento investigatório criminal contra Neymar da Silva Santos, pai do atacante e responsável pela empresa N&N Sports, que recebeu € 40 milhões (R$ 132 milhões), em maio de 2013, para dar preferência ao Barcelona na contratação do atleta.
O Ministério Público Federal (MPF) quer apurar a existência de eventuais crimes tributários e por isso enviou à Receita Federal ofício requerendo informações sobre a situação da empresa perante o fisco. O MPF de Santos informou que ao longo da investigação não foi possível checar a situação fiscal da empresa do pai de Neymar, que de acordo com informações da Fazenda Nacional tem débitos tributários.
O caso torna-se cada vez mais rumoroso com o passar das horas, mas Neymar, o pai, garante que a operação foi lícita e sem qualquer tipo de transgressão no âmbito legal do Brasil e da Espanha. O imbróglio tem tudo para ferver, pois o Santos Futebol Clube e a empresa DIS foram prejudicados em questões financeiras, o que permite concluir que na ausência de eventual acerto entre as partes o maior prejudicado será o jogador.
É importante salientar que € 40 milhões não é uma quantia qualquer e que se esse montante foi pago à empresa N&N Sports no Brasil, mesmo que através ordem de pagamento internacional, por certo a Receita Federal tem esse registro. Operações de câmbio acima de determinado valor exigem documentos detalhados que justifiquem a transação. No caso de o dinheiro ter sido depositado em conta bancária no exterior, Neymar da Silva Santos, o pai, terá sérios problemas com a Justiça brasileira. A confusão está apenas começando e ainda há muita água turva para passar debaixo da ponte. Aguardemos, pois!