Franquias da Burger King na Alemanha são obrigadas a fechar

(Thomas Samson - AFP)
(Thomas Samson – AFP)
Baixando as portas – A Yi-Ko Holding, principal detentora de franquia da cadeia de lanchonetes Burger King na Alemanha, está sendo obrigada a fechar suas filiais. Segundo o especialista Guido Zeitler, do NGG, o sindicato alemão dos setores de alimentação, gastronomia e fumo, a maior parte das 89 unidades, empregando um total de cerca de 3 mil trabalhadores, já teria suspendido suas atividades.

Em abril, uma reportagem da rede de televisão RTL denunciara falta de higiene e más condições de trabalho nos estabelecimentos controlados pela Yi-Ko. Em reação, na última semana a rede global Burger King rescindiu o contrato de franquia.

O Tribunal Regional de Munique confirmou a adoção de uma medida liminar que proíbe a Yi-Ko de utilizar a logomarca da rede Burger King, assim como os nomes de seus produtos. Também estão proibidas a utilização dos uniformes pelos funcionários e a exposição dos letreiros externos de propaganda.

Uma porta-voz do tribunal afirmou que a empresa recorreu da decisão, devendo haver uma audiência oral a respeito, em data a ser fixada. Proprietários da Yi-Ko são o turco Ergün Yildiz e o russo Alexander Kolobov.

Proteção aos funcionários

O vice-diretor executivo da Yi-Ko, Dieter Stummel, já instruíra todos os gerentes a fecharem suas respectivas filiais, obedecendo à liminar expedida pelo Tribunal de Munique. Ele comentou ao jornal “Süddeutsche Zeitung” na segunda-feira (24) que “uma declaração de falência será inevitável”, caso não haja a possibilidade de reabrir as lanchonetes nos próximos dias. Após as denúncias na TV, o faturamento das franquias caiu até 40%. Apesar de alguma recuperação, “devido aos ocorridos dos últimos dias” as vendas voltaram a despencar, diz Stummel.

O presidente da Burger King na Alemanha, Andreas Bork, declarou ao jornal alemão “Die Welt”, na segunda-feira, que após a divulgação das irregularidades houve algumas melhoras iniciais, porém desde meados do ano diversos acordos feitos com a firma alemã foram quebrados.

O executivo afirma não ter tomado a decisão de se separar da franqueada antes, por consideração aos funcionários. “Da Yi-Ko dependem 3 mil postos de trabalho. E queremos protegê-los. Algumas pessoas vão certamente interpretar isso como fraqueza. Eu, contudo, vejo ao contrário: tomamos uma decisão clara.” (Deutsche Welle)

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