À flor da pele – Senadora pelo PT e candidata ao governo do Paraná, Gleisi Hoffmann perdeu o controle durante o debate promovido pela Band-PR. Esse descontrole ocorreu quando a petista foi lembrada, pelo candidato Túlio Bandeira (PTC), adversário na corrida ao Palácio Iguaçu, de sua associação com o pedófilo Eduardo Gaievski, que levou para a Casa Civil do governo Dilma Rousseff para coordenar os programas federais destinados a crianças e adolescentes; e com o deputado federal André Vargas (ex-PT), na fila da cassação por conta das ligações com o doleiro Alberto Youssef. Gleisi havia atacado Túlio, acusando-o de ser “imoral”. Levou um troco fulminante.
“Eu não posso deixar de responder a candidata Gleisi que me acusou de imoral, mas imoral é ela que anda amadrinhada com bandidos. A exemplo do Gaievski que estuprou mais de 32 mulheres na cidade de Realeza. Eu fui o primeiro a representar contra este cidadão e ela levou para ante-sala dela no Palácio do Planalto. O André Vargas que ela andava até poucos dias rodando pelo Paraná, e os companheiros dela que estão condenados na Papuda. Eu respondo sim, fui preso e respondo um processo criminal, e eu vou ter prazer de provar a minha inocência”, disse Túlio Bandeira.
Trêmula e visivelmente transtornada, Gleisi não conseguiu se recuperar do ataque e passou o restante do debate externando nervosismo. Não foi para menos, pois a associação íntima da ex-chefe da Casa Civil da Presidência com auxiliares complicados é marcada pela constância. Além de Gaievski, que costumava detalhar aos amigos os estupros que cometia, a senadora tem outros complicados em seu círculo. A coordenadora da campanha na região de cidades importantes como Cianorte e Cascavel, Regina Dubay (PR), prefeita de Campo Mourão, é suspeita de comandar o esquema que obriga funcionários públicos comissionados a devolver parte dos salários para uma quadrilha que, segundo o Ministério Público, está “instalada no alto escalão”.
Há mais episódios nada republicanos na trajetória da petista. Gleisi Hoffmann, na condição de senadora, nomeou o petista Gláudio Renato de Lima como assistente parlamentar. Gláudio foi condenado em dois processos pela Justiça do Paraná, um por improbidade administrativa, outro por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e concussão.
Todos esses contratempos têm levado a senadora a apresentar sinais de estresse elevado, o que explicaria o seu suposto desejo de “dar um tempo” na campanha, período que dedicaria a uma viagem à Índia. Gleisi segue os ensinamentos da Brahma Kumaris, entidade não governamental criada na Índia, em 1937, com o objetivo de promover valores humanos, morais e espirituais universais. Fora isso, a petista é discípula do guru anglo-australiano Ken O’Donnell, conhecido como Hare Baba, a quem costuma recorrer em casos de emergência.
A última fonte de fúria da senadora foi diante dos resultados de uma pesquisa nacional, divulgada pela revista Época e produzida pelo instituto Paraná Pesquisas. A sondagem revela que a chamada “nova classe média” (2 a 5 salários mínimos) que teria crescido durante os governos do PT, estaria migrando em massa para a candidatura de Marina Silva. A perda do apoio desse estrato estratégico do eleitorado está deixando Gleisi à beira de um ataque de nervos.