Gleisi levou R$ 2,7 milhões de empreiteiras que tiveram diretores presos na Lava-Jato

gleisi_hoffmann_82Caminho sinuoso – Em 2014, quando disputou o governo do Paraná pelo PT, a senadora Gleisi Helena Hoffmann recebeu R$ 2,7 milhões de quatro empreiteiras que tiveram seus presidentes presos na esteira da Operação Lava-Jato por envolvimento no Petrolão, o maior escândalo de corrupção de todos os tempos. São elas a Queiroz Galvão (R$ 475 mil), Andrade Gutierrez (R$ 950 mil), UTC (R$ 950 mil) e Galvão Engenharia (R$ 420 mil).

Gleisi, que também foi delatada pelo doleiro Alberto Youssef e pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, por ter recebido R$ 1 milhão no malfadado “caixa 2”, está sendo investiga pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de participar do esquema de desvio de recursos da Petrobras. As suspeitas sobre a senadora petista são tão graves que o STF prorrogou o inquérito por 60 dias e as doações da campanha da petista, de 2010, também estão sob investigação.

Até a prestação de contas que a senadora fez ao TSE está se transformando em evidência contrária. Cinco das empreiteiras investigadas na Operação Lava-Jato doaram ao PT, em 2014, o equivalente a quase um terço do que a legenda arrecadou junto a pessoas jurídicas. A prestação de contas do partido, apresentada ao TSE, mostra que as empreiteiras OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e UTC contribuíram com R$ 16,6 milhões (29,4%). No total, o PT obteve R$ 56,3 milhões de doações de empresas.

A Camargo Corrêa foi a empreiteira que mais financiou o PT em 2014. No total deu R$ 5,5 milhões. A Queiroz Galvão doou mais R$ 3,9 milhões; a OAS, R$ 3,6 milhões; a UTC, R$ 2,6 milhões; e a Andrade Gutierrez, R$ 1 milhão. Os aportes das companhias citadas no esquema de corrupção da Petrobras continuaram mesmo após a deflagração das investigações, em março do ano passado. No dia 30 de outubro, por exemplo, a Queiroz Galvão contribuiu com R$ 500 mil. Em 14 de julho, a OAS depositou R$ 300 mil e, em 30 de junho, a UTC deu mais R$ 1 milhão.

O balanço do partido não foi assinado pelo ex-tesoureiro da legenda João Vaccari Neto, mas pelo atual secretário de Finanças e Planejamento, Marcio Costa Macedo, e pelo presidente nacional da legenda, Rui Falcão. Apesar de ter registrado um déficit de R$ 803 mil no ano passado, a situação financeira do PT é confortável. Em 2013, a sigla havia obtido um superávit de R$ 4,9 milhões. Portanto, o superávit atualizado do partido é de R$ 4,1 milhões.

No ano passado, o PT recebeu R$ 342,3 milhões em suas contas – R$ 60,6 milhões do Fundo Partidário, R$ 56,3 milhões de doações, R$ 31,7 milhões de contribuições. Outros R$ 193,1 milhões foram destinados a campanhas políticas, além de outras receitas. A contabilidade do partido também registrou sobras de campanha. Em recursos, são R$ 169,3 milhões. Outros R$ 300 mil foram contabilizados como sobras de bens permanentes.

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